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Palmeiras troca "tiki-taka" por eficiência e tem melhor ataque do BR-2015

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

21/09/2015 06h00

O Barcelona de Guardiola de tornou um dos times mais admirados da história do futebol jogando de forma ofensiva, com muita posse de bola e troca de passes. Desde então, o estilo se tornou referência para times que buscam o ataque, chamado de “tiki-taka” pela imprensa espanhola. No Brasil, entretanto, o dono do melhor ataque segue um caminho inverso: o Palmeiras é um time que joga para frente, mas funciona melhor sem ter a bola nos pés.

Quem assistiu à vitória palmeirense sobre o Grêmio por 3 a 2 neste sábado, no Pacaembu, viu um jogo praticamente dominado pelo alviverde. Fora momentos de pressão no final, o clube paulista controlou a partida e teve muito mais chances. A estatística depois do apito final (números do Footstats) surpreende: 56,4 % de posse de bola para os gaúchos, apenas 43,6% para os donos da casa.

O time de Marcelo Oliveira trocou muito menos passes, e com menos qualidade: acertou 177 passes, com uma precisão de 71%, enquanto o adversário acertou 322 passes, 91% dos tentados. Enquanto o Grêmio tocava a bola e procurava espaços, o alviverde baseou seu jogo em roubadas de bola e transições rápidas ao ataque: foram 26 desarmes, contra 11 do tricolor gaúcho – o resultado foi 14 finalizações contra nove do time visitante.

Esse padrão repetiu o que já havia acontecido na vitória anterior por 4 a 1 sobre o Fluminense: o Palmeiras teve menos posse de bola (46% contra 54%), menos passes (260 contra 308), mas desarmou mais (14 a 6), finalizou mais (11 a 8) e, o mais importante, venceu. A lógica só se inverte na análise da última derrota palmeirense, para o Internacional, por 1 a 0: ali o alviverde teve mais posse de bola e passes, mas não encontrou o caminho do gol.

Entre as equipes do Brasileirão, o Palmeiras é apenas o 12º em número de passes trocados, com 8.306. Ao mesmo tempo, é o terceiro que mais desarma (559), líder em finalizações certas (163), e dono do melhor ataque da competição, com 48 gols marcados. Os números refletem o que o time faz em campo: deixa o adversário jogar, espera oportunidades, rouba a bola e chega ao ataque rápido. A precisão nas finalizações explica os bons números do ataque.

A forma de jogar do Palmeiras tem um responsável: Marcelo Oliveira. Quando o treinador chegou, no começo de junho, encontrou um time que utilizava uma abordagem bastante diferente: com Oswaldo de Oliveira, era o time com mais posse de bola do Campeonato Brasileiro.

As últimas onze rodadas do Brasileirão vão mostrar o resultado do sistema de jogo palmeirense. Atualmente, o alviverde ocupa a quarta colocação, com 44 pontos.