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Por que Tite recusou assumir o Corinthians na campanha do rebaixamento

Tite e o auxiliar Cléber Xavier com as famílias durante passagem pelo Al Ain, nos Emirados Árabes - Arquivo Pessoal
Tite e o auxiliar Cléber Xavier com as famílias durante passagem pelo Al Ain, nos Emirados Árabes Imagem: Arquivo Pessoal

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

13/05/2016 06h00

A pior campanha da história do Corinthians no Campeonato Brasileiro, cuja edição 2016 começa no sábado, poderia ter sido amenizada pelo treinador mais vitorioso do clube. Tite, em 2007, teve a oportunidade de dirigir o clube na Série A e, quem sabe, evitar o rebaixamento. Mas precisou recusar o convite. 

A conversa que de fato avançou ocorreu durante o Brasileirão daquele ano. O Corinthians patinava sob o comando do interino Zé Augusto e decidiu que necessitava de um treinador mais experiente para as últimas rodadas. Antes de Nelsinho Baptista, que assumiria a equipe, o telefone de Tite tocou. 

Dos Emirados Árabes, onde dirigia o Al-Ain, o treinador ficou seduzido pela possibilidade de voltar ao Parque São Jorge. Na última terça-feira, em contato com a reportagem, Tite se lembrou com clareza do que passou na época. Segundo ele, a ligação foi feita por José Roberto de Oliveira, o Beto, então gerente de futebol corintiano, e o fez balançar. Em 2004, ele havia apanhado o Corinthians na zona do rebaixamento, e levou às primeiras posições. Saiu no ano seguinte por uma briga com Kia Joorabchian, presidente da então parceira MSI. 

"Eu pensei, para o Corinthians quero voltar", mencionou Tite. Na sequência, ele procurou o auxiliar técnico, que era asiático, para se aconselhar sobre como deveria proceder para solicitar uma liberação aos sheiks que comandavam o Al-Ain. Apesar de ter sido desencorajado pelo colega, o treinador ainda buscou o gerente de futebol de seu clube. O recado foi claro: ele não seria liberado antes do fim do contrato.

Em dezembro daquele ano, logo após o Corinthians ser rebaixado com Nelsinho, Tite deixou o Al-Ain com acusações de interferências na equipe. Ele alegou, na época, ter recusado pedidos para escalar um atleta pedido pela diretoria, e assinou com o Internacional. Curiosamente, o destino apresentou uma oportunidade semelhante - e o técnico agarrou. 

Em 2010, pouco antes de disputar o Mundial de Clubes com o Al-Wahda, Tite pediu demissão por conta de mais um convite do Corinthians. Ele não conseguiu o título brasileiro na chegada, mas sim no ano seguinte. Depois, vieram uma Copa Libertadores, um Mundial, um Paulista e uma Recopa. Na terceira passagem, até aqui, outro Brasileirão.