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Elenco e ousadia. Como mudanças nada comuns ajudaram o Palmeiras a vencer

Dudu-Palmeiras - Cesar Greco/Ag Palmeiras - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Dudu atuou centralizado na etapa final
Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

26/05/2016 10h41

Quando o sistema de som do Allianz Parque anunciou as duas substituições do Palmeiras no intervalo, muitos torcedores tiveram um instante de hesitação. Como o time atuaria depois da saída de um lateral esquerdo e a falta de reposição de um atleta do setor? As alterações nada convencionais, porém, transformaram o jogo e deram a vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense.

Além de colocar Moisés na vaga do contundido Egídio, os auxiliares de Cuca ainda trocaram um meio-campo ofensivo por um centroavante. Cleiton Xavier, com dores, deu lugar a Alecsandro. Na área, entre os zagueiros do time carioca, ele ajudou a criar chances.

Optar pelas alterações improváveis fez o Palmeiras resolver dois problemas de uma vez só. Com Alecsandro, o time passou a ter uma referência no ataque, fator importante e ausente na primeira etapa.

A equipe também voltou a ter um lateral com total condição física: o versátil Tchê Tchê, que deixou o meio-campo para atuar pelo lado. Ao recorrer ao banco, o Palmeiras atropelou o Fluminense nos primeiros 15 minutos da etapa final e mostrou: o elenco numeroso dá opções que poucos times do Brasileirão têm. Atrelado a isso está a ousadia de arriscar em um momento desfavorável.

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Moisés, Alecsandro e Tchê Tchê comemoram gol marcado no segundo tempo
Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

"Não podemos perder substituição. Durante o primeiro tempo, se o Egídio saísse, colocaríamos o Zé Roberto ou o Fabrício, No intervalo, depois de ver o jogo, conversamos com o Tchê Tchê e sabíamos que poderíamos apostar nisso. Assim fizemos um segundo tempo bom", explicou Cuquinha, que substituiu o suspenso Cuca.
A mudança dupla no intervalo da partida foi responsável também por um novo jeito de jogar: o Palmeiras deixou de atuar no 4-1-4-1 para encarar o Fluminense no 4-2-3-1. Matheus Sales ganhou companhia no meio-campo defensivo com a entrada de Moisés. A bola, por sua vez, passou a chegar nos homens de frente.
Na linha de três, entre os volantes e o centroavante, o Palmeiras contou com a rapidez do trio Gabriel Jesus, Dudu e Róger Guedes. Os jogadores, com mais espaço, puderam criar as chances quase escassas do primeiro tempo.
"Um time grande, quando tem 20 jogadores de nível alto, temos que saber lidar da melhor maneira possível, treinar todos iguais, para que durante o jogo possam fazer como fizeram hoje, mudando a cara do jogo. Você trocar seis por meia dúzia em um jogo em que não está criando nada não é aceitável", disse Cuquinha.
Na reta final do segundo tempo, o auxiliar fez uma alteração para colocar em campo um lateral de ofício. Para isso, tirou um atacante -- Gabriel Jesus deu lugar a Zé Roberto. Dessa forma, Tchê Tchê compôs a linha de três ao lado de Dudu e Róger Guedes.
Com a vitória, o Palmeiras chegou aos seis pontos na tabela do Brasileirão, recuperando-se da derrota para a Ponte Preta por 2 a 1 no último sábado, em Campinas. No próximo domingo, o time alviverde encara o São Paulo no Morumbi.