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Robinho conta como Alex mudou sua carreira e porque virou 'Robson' na Vila

Robinho, meio-campista do Cruzeiro - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Robinho, meio-campista do Cruzeiro Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

11/06/2016 06h00

Em apenas três jogos pelo Cruzeiro, Robinho impressionou devido à movimentação e aos passes precisos. Porém, poucos sabem que as atuações convincentes do meia-atacante têm interferência direta de um ídolo do clube.

A passagem pelo Coritiba, entre 2012 e 2014, mudou a carreira do atleta. O encontro com Alex no Couto Pereira foi fundamental para que ele visse uma evolução. As conversas com o ídolo do time mineiro fizeram o jogador perceber a necessidade de trocar os dribles pelo toque de bola no setor de criação.

O gosto pelas assistências e passes se tornou uma realidade após inúmeras conversas com Alex, Deivid e Lincoln, trio que atuou ao seu lado no sul do país e que contabiliza passagens bem-sucedidas pelo futebol europeu.

“O Coritiba foi importantíssimo para mim, ainda mais porque joguei com caras fenomenais lá. Só para citar rapidinho, joguei com Alex, Lincoln e Deivid. O Alex, eu joguei por mais tempo lá. Então foi importante para mim, realmente, porque eu já era pai, já estava mais maduro para o futebol”, afirmou ao UOL Esporte.

 “Claro que você pega a sua linha, mas a partir dos momentos que você vê jogadores desse nível falando que o futebol é diferente do que você imagina, você tem que parar para pensar. Eu refleti sobre a forma como eu jogava. Quando eu passei a jogar da forma que eles instruíram, com mais toque de bola e menos drible, eu percebi que meu futebol evoluiu muito. Esses caras me ajudaram bastante”, acrescentou.

O trio foi preponderante para a carreira do jogador, mas os dois atletas que atuaram na mesma posição – Alex e Lincoln – tiveram influência maior. Robinho reconhece que a dupla que atuou em Fenerbahçe e Galatasaray, ambos da Turquia, realmente mudou os rumos de sua trajetória.

“(Lincoln e Alex) Eram jogadores consagrados no futebol, que venceram na carreira na posição que jogo. Eu via futebol de outra maneira. Eu achava que jogador de meio-campo tinha que driblar, dar caneta e chapéu. E eles me ensinaram que futebol é muito mais simples, que o difícil do futebol é fazer o simples, tocar de lado às vezes, encontrar um companheiro, fazer a bola andar. Cheguei lá e era um cara que saía driblando, dificilmente tocava, não dava tantos passes para gols. Os dois me falaram que eu tinha que fazer a bola andar mais. Hoje eu priorizo mais a parte coletiva quando entro em campo e, com certeza, tem influência dos dois nisso”, comentou.

Sem comparações com o xará

Robinho, atacante do Atlético-MG - Bruno Cantini/Atlético MG - Bruno Cantini/Atlético MG
Imagem: Bruno Cantini/Atlético MG


As passagens de mais destaque de Robinho ocorreram em Coritiba e Palmeiras. Contudo, ele ganhou notoriedade ao defender o Santos, entre 2008 e 2011. Na Vila Belmiro, as comparações com o xará que ficou famoso pelos dribles desconcertantes foi inevitável. O jogador, porém, jamais foi favorável às alusões.

O meia-atacante do Cruzeiro conta que chegou até a abandonar o apelido enquanto atuou no CT Rei Pelé. A intenção era se desvencilhar do ex-jogador do clube, que atualmente defende o arquirrival Atlético-MG:

“No começo, houve algumas comparações, mas logo eu já fiz questão de cortar. Eu não tenho nada a ver com o estilo de jogo do Robinho. Sou um jogador mais de toque de bola e o Robinho é de drible, ir para cima. Eu faço a função de meio-campo e ele mais de ataque. Lá eu também mudei o meu nome para Robson, para não ter problema também”, declarou.

“Foi tranquila e feliz (a passagem pelo Santos) porque no começo eu já procurei trocar. Não queria criar este tipo de expectativa na torcida, porque ele é um grande jogador. Mas tenho muito carinho pelo Santos por ter me aberto as portas e me dar projeção nacional”, concluiu.