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Volante do Grêmio diz que árbitro mentiu em súmula e contesta expulsão

Do UOL, em Porto Alegre

13/06/2016 17h48

Ramiro não escondeu o descontentamento com a expulsão diante do Fluminense, na última rodada do Brasileirão. Segundo o volante, o árbitro André Luiz Freitas Castro, da Federação Goiana, mentiu no relato da partida ao citar palavrões e xingamentos. 

"Chega a ser engraçado, nunca em uma partida vamos falar que o árbitro está roubando. Eu não falei isso. Lamentei da situação, falei um palavrão sobre o contexto. Nem teria como falar tudo que ele colocou na súmula. Ele mentiu. Não falei o que ele disse na súmula. Foi aquilo mesmo. Fiz o gesto com o braço e isso pode ter deixado ele indignado", disse o marcador. "Eu fui cobrar a razão da expulsão. Nunca vai ter palavras bonitas em contestação, sempre vamos nos exaltar. Mas o árbitro nunca precisa dar explicação. Ele coloca o que quer na súmula e o jogador tem que vir aqui dar explicação", completou. 
 
O árbitro expulsou Ramiro ainda aos 34 primeiro tempo após o volante reclamar uma falta não marcada em Edílson. Em súmula, relatou sua versão do ocorrido, que é contestada por Ramiro. 
 
"Você não marca uma para nós, você está roubando. Vai se f..., vai tomar no c…", teria dito o volante. Após a expulsão, segundo o árbitro, Ramiro o encarou "com o dedo em riste, proferindo as seguintes palavras: 'você está roubando, você veio mal intencionado'", relatou o juiz. 
 
"Eu estou tão surpreso quanto vocês. Eu vivo isso pela primeira vez. Nunca vi em um jogo de futebol por alguma reclamação, e o jogador se excede durante o jogo, e não se consegue referir a algo que tu não concorde com palavras bonitas, me surpreendi com a expulsão. Não deveria. Foi um momento de desabafo, de irritação. Falei um palavrão, ele achou que foi para ele, e me expulsou", disse. 
 
O relato na súmula da partida pode enquadrar Ramiro no artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) "por ofender alguém em sua honra". A pena para este tipo de caso vai de quatro a seis partidas de suspensão, além de multa que pode chegar a R$ 100 mil.
 
"Todos somos seres humanos, todos podem errar. Só que parece que a arbitragem nunca erra. O jogador vem aqui e explica. Muitas vezes eles vem no segundo tempo e pedem descupla quando erram no primeiro. Mas na maioria das vezes isso não acontece e eles acham e querem mostrar que está certo mesmo estando errado. Isso é complicado e fica ruim para os jogadores", referiu. 
 
O jogador gremista está suspenso da próxima partida do Tricolor. O duelo será com a Chapecoense, na quarta-feira, em Santa Catarina.