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Defesa 'invencível' faz Inter se isolar na liderança do Brasileirão

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

17/06/2016 07h57

Oito jogos e apenas três gols sofridos. A defesa é o alicerce da campanha do Internacional no Brasileirão. Diante do Atlético-MG, o ataque até fez mais que a média – um gol por partida, mas o modelo de jogo segue falando mais alto. Marcação pressão, sem recuo e com desempenho mantido apesar das mudanças em virtude de suspensão.

Citar a defesa como base de tudo no Inter não é só um discurso externo ou redução extrema dos méritos da equipe. É ler os números e principalmente a estratégia, lapidada no Beira-Rio desde o início do ano e que caminha para sua melhor fase.

Autor de 10 gols em oito jogos, o Internacional é apenas o sétimo melhor ataque da competição. Perde para Palmeiras, Grêmio, Chapecoense, Santa Cruz, Coritiba e Santos no quesito. Já na defesa, o segundo time que menos vazou tem o dobro de gols do Colorado. A diferença salta aos olhos.

“Estamos com confiança para marcar certinho, dar o bote na hora certa. O nosso treino é muito forte, intenso e isso se reflete no jogo”, relata o goleiro Danilo Fernandes.

Na vitória em cima do Galo, Geferson ocupou a vaga de Artur. Contra o América-MG, Paulão havia ficado de fora. Entra jogador, sai jogador a orientação é a mesma.

Com compactação e muita intensidade, o Inter fecha espaços ao pressionar o portador da bola. Quando perder a posse, inicia o mais rápido possível a fase de contenção. Ou seja, ao invés de recuar para perto de seu gol se mantém na zona onde falhou ou até avança. Com a missão de reduzir espaço, retomar o controle e iniciar uma nova fase perto da meta do adversário.

“Nosso time entra muito concentrado, vai para dividir e ganhar toda bola”, comenta Anderson. “A gente se fecha rápido e também consegue sair rápido de trás”, exalta William.

Além da concentração, o Internacional evita se expor onde sabe que não vai bem. Dos três gols sofridos, dois foram de bola aérea. Diante do Atlético-MG, Danilo Fernandes saiu correndo e se esticou todo para tentar evitar um escanteio. Sasha e Alex também lutaram para salvar uma bola da linha de fundo.

Contra São Paulo e América-MG a defesa vazou após faltas da intermediária, com levantamentos para área. Diante do Vitória, Ernando errou ao sair jogando e a defesa ficou exposta para Marinho superar Danilo Fernandes. Pelo chão, com jogada construída, ninguém foi capaz de furar o bloqueio vermelho.

“A gente continua com apenas três gols sofridos em oito jogos, uma marca boa. Muito boa, na verdade. Fruto da concentração do time, do nosso bom trabalho defensivo com e sem a bola”, elogia Argel.