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Como Dorival reestruturou Santos com pouca grana e reforços baratos

Do UOL, em São Paulo

04/07/2016 06h00

Autores dos gols que recolocaram o Santos no G4 do Campeonato Brasileiro, Rodrigão, Copete e Yuri desembarcaram na Vila Belmiro em junho e já aparecem como candidatos para solucionar um antigo problema do clube: a fragilidade do elenco.

A crítica de que o Santos não tinha um grupo forte para a disputa do Campeonato Brasileiro acompanhou a equipe durante o primeiro semestre. A falta de aporte financeiro para buscar contratações de peso, o baixo rendimento de jogadores encarados por Dorival Júnior como "soluções caseiras" – casos de Serginho, Léo Cittadini, Leandrinho e Matheus Nolasco – e o fato de perder seus principais jogadores para a seleção brasileira obrigaram o técnico a iniciar um processo de reformulação no grupo alvinegro.

"O Santos não tem um alto poder de investimento comparado às outras equipes. Temos de ter a consciência do que faremos e buscar alguns nomes que possam vir a acrescentar bastante não tendo aquele valor elevado que algum outro clube pudesse eventualmente gastar", declarou o treinador ao jornal Lance!, na última semana.

Sem fazer loucuras – a contratação mais cara foi a do colombiano Copete, que custou R$ 5 milhões –, o Santos monitorou o mercado, oficializou a chegada de atletas que se adaptaram rapidamente ao grupo alvinegro e já não sofre com a dependência de Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira, que segue em recuperação de uma tendinite no joelho.

"Jogador não tem certificado de garantia, então você tem que diminuir da melhor forma possível a margem de erro. E a melhor maneira de diminuir é essa: depois que você observa alguém que lhe chame a atenção, tenta tirar o máximo de informações. Pode custar milhares de reais, como pode custar bem menos. De repente, o que custa menos dá mais certo do que o outro”, analisou.

Contratado por R$ 1,5 milhão junto ao Campinense, Rodrigão soma três gols em quatro jogos com a camisa alvinegra e, por enquanto, faz com que a torcida não sinta saudades de Ricardo Oliveira. Copete também teve um início arrasador, com duas assistências e dois gols diante de Grêmio e Chapecoense.

Em busca de um perfil “multiespecialista”

Autor de um belo gol na tarde de ontem, o polivalente Yuri, que atua como volante e foi improvisado como zagueiro contra o Atlético-PR, se encaixa em um perfil elogiado por Dorival: o do "multiespecialista".

"Está acabando essa era do especialista. Está na hora de valorizar o multiespecialista, o cara que faz bem marcação, criação, transição, finalizações. Precisa valorizar porque é o perfil que queremos agora", contou.

O gol contra a Chapecoense e a versatilidade credenciam Yuri como substituto natural de Thiago Maia durante o período em que o camisa 29 estiver nos Jogos Olímpicos. Com mais alternativas para escalar sua equipe, Dorival celebra o fortalecimento do elenco santista.

"A partir de agora, passamos a ter mais opções. Isso tem de ser importante", afirmou, durante a entrevista coletiva após o duelo deste domingo.

O zagueiro Noguera e os meias Jean Mota e Emiliano Vecchio são outras opções que Dorival poderá utilizar ao longo do Campeonato Brasileiro. A diretoria santista também negocia o retorno do zagueiro Alex, ídolo da torcida e campeão brasileiro em 2002.