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Palmeiras cede empate ao Santos e vê Corinthians se aproximar na liderança

Matheus Sales domina a bola com marcação de Lucas Lima, durante a partida entre Palmeiras e Santos - Rubens Cavallari/Folhapress - Rubens Cavallari/Folhapress
Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

12/07/2016 22h26

Enfim, depois de 14 rodadas, o Palmeiras tropeçou como mandante no Campeonato Brasileiro. O Santos, diante de um clima hostil, não se intimidou e saiu do Allianz Parque na noite desta terça-feira com um importante ponto: empate por 1 a 1, com gols de Yerry Mina, pelo lado alviverde, e Gabriel, pelos visitantes.

Com o empate no clássico, o Palmeiras vê sua vantagem para o Corinthians cair para apenas um ponto: 29 a 28. Já o Santos termina a rodada na quarta colocação, com 23 pontos.

Na próxima rodada, o Palmeiras vai ao Rio Grande do Sul enfrentar o Internacional, no domingo (17). Um dia antes, o Santos recebe a Ponte Preta.

Palmeiras: blitz novamente bem feita

Pelo nono jogo neste Campeonato Brasileiro, o Palmeiras tratou de balançar as redes antes dos 20min de partida. Mesmo sem contar com Gabriel Jesus e Róger Guedes, nomes fundamentais neste estilo de jogo ousado de Cuca, a equipe permaneceu com mesma intensidade, apesar das características diferentes de Barrios e Erik. As lesões de Moisés e Mina, no entanto, geraram uma queda de rendimento natural.

Santos: erro no gol e melhora no segundo tempo

Mais uma vítima da blitz palmeirense, o Santos demorou para entrar na partida. No gol de Mina, o erro de posicionamento fez com que o colombiano aparecesse livre para cabecear. Depois de um primeiro tempo de muita posse de bola (63%) e apenas uma finalização, o time de Dorival Junior começou a melhorar na segunda etapa. Logo aos 11 minutos, um chute de Gabigol desviado em Vitor Hugo matou o goleiro Fernando Prass e deixou a partida empatada. O melhor momento santista quase resultou na virada, mas Thiago Maia, livre, mandou por cima do gol, aos 33 minutos.

Quem foi bem: Mina, da alegria à dor

Pela primeira vez no Allianz Parque, o colombiano Yerry Mina viveu duas realidades distintas em um espaço de apenas 45min. Autor do gol responsável por abrir o placar, logo no início de partida, o colombiano, que mostrou personalidade e ótimo nível enquanto esteve em campo, sentiu uma lesão muscular no final da primeira etapa e deixou o gramado chorando. Ele foi substituído por Edu Dracena.

Apenas doze minutos

Cuca nitidamente forçou a escalação do meio-campista Moisés. Peça importante no atual elenco palmeirense, o jogador sofreu uma lesão muscular na última rodada, contra o Sport, na Ilha do Retiro. A princípio, ele estaria fora, mas o treinador bancou a escalação do camisa 28. Não deu certo: o meio-campista atuou por apenas 12 minutos no clássico e precisou ser substituído por Arouca. Prestes a sair, no entanto, o jogador iniciou uma discussão com Gabigol, deixando o atacante rival pendurado e ele, machucado, suspenso da próxima partida.

Quem foi mal: Erik

O Palmeiras sentiu a falta de Róger Guedes, que, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, desfalcou a equipe na noite desta terça-feira. O substituto do camisa 23, Erik, teve uma atuação que irritou o palmeirense presente no Allianz Parque. Erros de passes, decisões erradas - as quais mataram alguns contra-ataques - e pouca agressividade no ataque prejudicaram o desempenho ofensivo da equipe de Palestra Itália. O garoto comprado por R$ 13 milhões não aproveitou a chance.

Lucas Lima, o perseguido

Reconhecidamente um provocador, especialmente dos torcedores palmeirenses nas redes-sociais, o meia Lucas Lima precisou de apenas um toque na bola para sentir o repúdio da torcida rival. Em cada posse do principal meia santista, sonoras vaias surgiam das lotadas cadeiras do Allianz Parque. Como diz o ditado: 'quem fala o que quer, ouve o que não quer'. No segundo tempo, contudo, o camisa 20 cresceu junto com a equipe e se destacou.

Palmeiras: aposta na sombra Matheus Sales

Notablizou-se na Copa do Brasil a eficiência do jovem Matheus Sales diante do santista Lucas Lima. Para o clássico desta terça. Cuca apostou no volante como titular e foi recompensado com uma ótima atuação do camisa 27 na marcação do rival. Consequentemente, todo o sistema defensivo palmeirense respondeu bem durante boa parte do jogo. O meia rival, contudo, cresceu na parte final da partida e deu trabalho para o Santos.

Visita ilustre

O clássico contou com uma presença especial no Allianz Parque. O técnico da seleção brasileira, Tite, esteve junto com Edu Gaspar, coordenador técnico, em um dos camarotes do estádio. "Não estou fazendo isso por simpatia, mas por responsabilidade profissional", afirmou Tite durante a partida. A dupla ainda recebeu camisas do Palmeiras, entregue pelo presidente Paulo Nobre.

Opinião dos blogueiros

Mauro Beting: "Pelas circunstâncias, o Santos tinha como ir além. Mas nunca um empate será mau resultado na casa do rival. Pelas ausências, o Palmeiras fez o que podia. E ambos podem muito mais em um clássico que esperava algo além do que foi visto pelo público recorde".

PVC: (O jogo) "Deixou também a pergunta sobre como será a vida com Gabriel Jesus na seleção. Mas o Palmeiras superou a semana de problemas com um ponto de vantagem na tabela".

Juca: "Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, porque o empate mantinha o Palmeiras na liderança e devolvia o Santos aos G4, no saldo de gols".

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1 X 1 SANTOS
Local:
Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Competição: Campeonato Brasileiro
Data: 12 de julho de 2016, terça-feira
Horário: 20h30 (de Brasília)
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO)
Auxiliares: Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (ambos de SP)
Público: 40.035 pagantes
Renda: R$ 2.847.298,80
Cartões amarelos: Moisés e Erik (Palmeiras); Gabriel e Lucas Lima (Santos)
GOLS: Mina (6'/1ºT), pelo Palmeiras; Gabigol (10'/2ºT)

PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Mina (Edu Dracena), Vitor Hugo e Zé Roberto; Matheus Sales, Tchê Tchê e Moisés (Arouca); Erik, Dudu e Lucas Barrios (Leandro Pereira). Técnico: Cuca

SANTOS: Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato, Vitor Bueno (Copete) e Lucas Lima; Gabriel (Yuri) e Rodrigão (Joel). Técnico: Dorival Júnior