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De candidato a 1% de chance de título. As 14 rodadas que mudaram o Atlético

Elenco do Atlético-MG precisa mostrar força no Brasileiro para reagir na competição - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Elenco do Atlético-MG precisa mostrar força no Brasileiro para reagir na competição Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

13/07/2016 06h00

Em maio, ainda com a Copa Libertadores em andamento, começou o Campeonato Brasileiro. Apontado como um dos elencos mais fortes do país, o Atlético-MG era um dos clubes mais citados quando perguntado sobre quais eram os candidatos ao título. Na opinião de cinco blogueiros do UOL, o clube mineiro foi apontado por todos como uma das equipes que terminaria a competição ao menos entre os quatro primeiros colocados.

Quase dois meses após a primeira rodada, quando o Atlético venceu o Santos, por 1 a 0, no Independência, muita coisa mudou e o time alvinegro já não tem o prestígio de antes. Com 20 pontos e na décima colocação, o Atlético tem apenas 1% de chance de ser campeão brasileiro em 2016, de acordo com o site Infobola, do matemático Tristão Garcia. Mas nada que abale a confiança do presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno.

“A distância para o líder ainda é administrável, confio plenamente no elenco e acredito na busca pelo título. Agora temos de reverter os dois últimos resultados (empate com o Figueirense e derrota para o Flamengo). O atleticano espera, assim com a diretoria e como o presidente, que o Atlético faça jogos melhores e a gente recupere nos próximos três jogos”.

Um fato que explica o rendimento atleticano abaixo do que era esperado é o número de desfalques. Assim que assumiu o comando do Atlético, na segunda quinzena de maio, o técnico Marcelo Oliveira chegou a ter de montar equipes sem poder contar com mais de dez jogadores, entre machucados, suspensos e convocados. A baixa da vez é o meia Cazares. Destaque e fundamental na reação da equipe na competição, que chegou a ficar duas rodadas dentro da zona do rebaixamento, o equatoriano vai ficar fora do time entre dois e três meses.

Vão ser entre 10 e 16 rodadas seu o seu principal jogador na competição até o momento. Com Cazares em campo o Atlético venceu cinco vezes e empatou duas. Sem ele o time ainda não conseguiu vencer. Nas sete rodadas sem o camisa 11 a equipe mineira foi derrotada quatro vezes e empatou outras três. E a lista de desfalques para a próxima rodada não é pequena. Além de Cazares, diante do Coritiba, no Independência, Marcelo não pode contar com Marcos Rocha, Erazo, Douglas Santos, Júnior Urso, Leandro Donizete e Dátolo, além de Fábio Santos, que segue como dúvida.

A própria chegada de Marcelo Oliveira à Cidade do Galo não surtiu o efeito esperado. Se com Diego Aguirre o time não rendeu o esperado e acabou eliminado da Copa Libertadores e foi vice-campeão mineiro, derrotado pelo América-MG, com Marcelo a equipe ainda não rendeu o que pode. Em 13 rodadas com o novo treinador, o Atlético venceu somente quatro vezes. O aproveitamento é de 43% e a defesa é quinta mais vazada. Números deixam o Atlético fora de um lugar no G4.

Mas nem de notícias ruins foram os últimos dois meses do Atlético. Em junho chegou o centroavante Fred. Desde a estreia, o camisa 99 marcou quatro vezes em sete rodadas. As recuperações de Luan e Lucas Pratto, que ainda não atuaram neste Brasileirão, também podem trazer um alento aos torcedores. Se a chance de título está reduzida a somente 1%, a briga por uma vaga na Libertadores é algo bem possível, apesar de o presidente Nepomuceno falar em disputa de título.

“O que pode ser feito é a gente torcer para que os jogadores de maior qualidade tenham oportunidade de jogarem juntos. Tivemos um problema sério com jogadores em seleções, jogadores machucados e a chegada de um novo treinador. Quem acompanha futebol sabe que o novo treinador demora um tempo. Não chega no dia e o trabalho vem de imediato. Acontece com todos os bons treinadores. O presidente é o que mais se cobra. Os jogadores estão fechados, o grupo está concentrado. Então, retornando todas as peças, acho que o treinador tendo mais tempo e conhecimento do elenco, os resultados vão chegar”, completou o mandatário alvinegro.