Topo

Apesar do alto investimento no time, Atlético-MG sofre com rendas baixas

Média de público do Atlético-MG no Brasileirão é de 18,8 mil pagantes por partida - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Média de público do Atlético-MG no Brasileirão é de 18,8 mil pagantes por partida Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

27/07/2016 06h00

Vice-campeão brasileiro 2015, o Atlético-MG investiu pesado para a temporada 2016. Quase perto do final do primeiro turno, a equipe mineira não está no G4, mas continua como uma das candidatas ao título nacional, são seis pontos de distância para o líder Palmeiras. Nesta temporada, para seguir brigando pelas primeiras colocações, a diretoria alvinegra foi atrás de jogadores importantes. Chegaram à Cidade do Galo 12 novos atletas, com destaque para o zagueiro Erazo, os meias Cazares e Otero, além dos atacantes Fred, Robinho e Clayton.

Investimentos que fizeram o Atlético aumentar o gasto com futebol em 2016, seja com o compra dos direitos ou somente com salários e comissões. Apesar de ter um time caro e com grandes nomes, o efeito nas arquibancadas não foi como a diretoria alvinegra esperava. O faturamento com bilheteria diminuiu em comparação com as temporadas passadas.

Por enquanto, após 22 partidas como mandante em 2016, a arrecadação bruta com a venda de ingresso é de R$ 16,2 milhões. Somente para tirar Clayton do Figueirense, em fevereiro, o Atlético gastou cerca de R$ 13 milhões. Já Palmeiras e Corinthians, os dois primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, faturam alto quando jogam em casa.

No último final de semana, por exemplo, o Palmeiras recebeu o próprio Atlético e a bilheteira foi de R$ 2,9 milhões. Já o Corinthians, diante do Figueirense, faturou R$ 2,5 milhões. Aliás, os clubes de São Paulo lideram no ranking anual de arrecadação. Corinthians (R$ 44 milhões), Palmeiras (R$ 33 milhões) e São Paulo (R$ 26 milhões) são os três primeiros. O Atlético aparece apenas na quinta colocação, atrás também do Grêmio (R$ 16,7 milhões). O ingresso médio do Atlético em 2016 é de R$ 37, com uma taxa de ocupação de ocupação de 60%, o terceiro do país.

“É uma dificuldade trabalhar com estádio cheio. O Atlético abre mão de uma questão mais rentável, mas talvez seja o clube com maior ocupação de espaço dentro do estádio. A gente quer o calor da torcida, a gente acredita nele para poder vencer os jogos. A gente trabalha essa equação, pois não gosto de jogar com estádio vazio. Faz sempre uma promoção, chama o torcedor. Tenta colocar Independência ou Mineirão, de acordo com cada jogo”, explicou o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno.

Numa comparação com as temporadas anteriores, o faturamento em 2016 segue distante. O ano com maior arrecadação de bilheteria para o Atlético foi em 2013, quando faturou R$ 34 milhões. Muito por causa da final da Libertadores, quando arrecadou R$ 14 milhões somente na decisão com o Olímpia. Em 2014 foram mais R$ 29 milhões e no passado o Atlético teve renda bruta de R$ 25 milhões com a venda de ingressos.

A boa fase da equipe no Brasileirão, com seis vitórias nas últimas oito rodadas, pode impulsionar o faturamento do Atlético com bilheteria. Tanto que na próxima rodada, contra o Santa Cruz, o Atlético vai cobrar os valores mais altos neste Brasileirão. Até então, os ingressos mais caros eram os do clássico com o Cruzeiro, com variações de R$ 20 até R$ 240. Já para este sábado, contra a equipe pernambucana, os valores variam de R$ 30 até R$ 300.