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6 pontos para o Cruzeiro sair do bicampeonato à vice-lanterna do Brasileiro

Fabio não consegue evitar o gol contra de Lucas, na partida entre Cruzeiro e Santos - Alexandre Schneider/Getty Images
Fabio não consegue evitar o gol contra de Lucas, na partida entre Cruzeiro e Santos Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

03/08/2016 06h00

O Cruzeiro vive o risco do primeiro rebaixamento de sua história. Na 19ª colocação após 17 rodadas do Brasileirão, a equipe mineira precisa de um bom aproveitamento para evitar a queda à Série B do Campeonato Brasileiro. Mas o que levou o time da condição de bicampeão nacional (em 2013 e 2014) à luta contra o descenso?

O UOL Esporte tenta explicar por meio de uma lista. Os erros que acarretaram na queda brusca de rendimento da equipe em um período tão curto são muitos e, em sua maioria, ligados à diretoria. Confira abaixo: 

Trocas sucessivas de técnicos

Deivid e Vanderlei Luxemburgo trabalharam no Cruzeiro - Marcelo Regua / Light Press - Marcelo Regua / Light Press
Deivid e Vanderlei Luxemburgo trabalharam no Cruzeiro
Imagem: Marcelo Regua / Light Press

Em pouco mais de um ano, foram cinco trocas de técnicos. Marcelo Oliveira, Vanderlei Luxemburgo, Mano Menezes (duas vezes), Deivid e Paulo Bento estiveram no banco de reservas. A ausência de continuidade no trabalho dos treinadores impediu que a equipe mantivesse uma regularidade no Campeonato Brasileiro. Somente Mano Menezes, em sua primeira passagem, não foi demitido. O comandante, à época, aceitou uma oferta do Shandong Luneng, da China. Os demais deixaram a Toca da Raposa II por opção da diretoria.

Busca por gringo no decorrer da temporada

Paulo Bento ficou pouco mais de dois meses no Cruzeiro - Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro - Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro
Paulo Bento ficou pouco mais de dois meses no Cruzeiro
Imagem: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro

Outro equívoco que impediu a manutenção da regularidade foi a aposta em um treinador estrangeiro no decorrer da temporada. Sem familiaridade com a cultura brasileira, Paulo Bento chegou à Toca da Raposa II para implantar uma nova filosofia. O trabalho foi reprovado por torcida e cúpula. Não é à toa que a estadia do português na capital mineira durou pouco mais de dois meses. Demitido, ele deixou o time na vice-lanterna do Brasileirão.

Lesões atrapalham sequência

Dedé só deve voltar aos gramados em 2017 - Washington Alves/Light Press - Washington Alves/Light Press
Dedé só deve voltar aos gramados em 2017
Imagem: Washington Alves/Light Press

O Cruzeiro enfrentou uma série de lesões em seu elenco. Nesta temporada, por exemplo, em menos de três meses, o meio-campista Robinho sofreu três problemas clínicos. O jogador, contudo, não foi o único. Entre os defensores, o lateral direito Mayke e os zagueiros Manoel, Dedé e Bruno Rodrigo sofreram contusões e tiveram que passar por tratamento mais demorado. Henrique, Bruno Ramires, Ariel Cabral, Marciel, Alisson, De Arrascaeta, Marcos Vinícius e Élber tiveram problemas clínicos entre os jogadores de meio-campo. No ataque, as lesões se restringiram a Judivan e Willian.

Apostas em desconhecidos

Marciel e Bruno Nazário foram apostas da diretoria do Cruzeiro - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Marciel e Bruno Nazário foram apostas da diretoria do Cruzeiro
Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

O Cruzeiro buscou muitos jogadores nesta temporada. A maioria é composta por desconhecidos. A diretoria até acertou em algumas situações, caso do lateral esquerdo Edimar. Contudo, em grande das contratações, houve equívoco por parte da cúpula. Marciel, Matías Pisano, Federico Gino, Sánchez Miño, Bruno Nazário e Douglas Coutinho são nomes que não agradaram enquanto estiveram em campo.

Montagem do elenco durante a temporada

Rafael Sóbis e Ramón Ábila, atacantes do Cruzeiro - Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro - Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro
Rafael Sóbis e Ramón Ábila chegaram ao Cruzeiro no mês passado
Imagem: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro

As apostas em nomes menos badalados e que não deram retorno não foram o único erro no mercado da bola. Por mais que tenha contratado jogadores de renome, consideradas soluções em muitas posições carentes do elenco, eles só chegaram à Toca da Raposa no meio do ano. Rafinha, Rafael Sóbis, Robinho, Ramón Ábila e Denílson acertaram somente depois do Campeonato Mineiro e não tiveram muito tempo para se entrosarem com o restante do plantel.

Mudanças na diretoria

Pedro Moreira é supervisor de futebol do Cruzeiro - Cruzeiro/Divulgação - Cruzeiro/Divulgação
Pedro Moreira é supervisor de futebol do Cruzeiro
Imagem: Cruzeiro/Divulgação

As mudanças não se restringiram à comissão técnica e ao elenco. Elas também estiveram presentes na diretoria. Em um ano e meio, o Cruzeiro demorou a encontrar os nomes para composição do departamento de futebol. Após a saída de Alexandre Mattos para o Palmeiras, a diretoria foi composta somente por Gilvan de Pinho Tavares, Valdir Barbosa e Benecy Queiroz. No decorrer do ano, o clube anunciou a chegada de Isaias Tinoco. Uma declaração polêmica acarretou em sua demissão. A partir daí chegaram Bruno Vicintin para assumir a vice-presidência e Sergio Santos Rodrigues, nomeado superintendente de futebol. Thiago Scuro foi contratado para ser o diretor de futebol. Em 2016, Benecy Queiroz foi afastado do cargo de supervisor de futebol e substituído por Pedro Moreira.