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Por que o Inter mudou de capitão em meio aos 13 jogos sem vitória

Ernando virou capitão após a chegada de Celso Roth. Ele é o quarto no posto em 2016 - Ricardo Duarte/Inter
Ernando virou capitão após a chegada de Celso Roth. Ele é o quarto no posto em 2016 Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

24/08/2016 06h00

Arena Condá, 15 de agosto de 2016. Diante da Chapecoense, o Internacional trocou de capitão mais uma vez nesta temporada. Paulão, que assumiu o cargo em maio, passou a braçadeira para Ernando. Mas qual motivo explica essa mudança? O perfil, as críticas e o momento dos jogadores ajudam a explicar a decisão.

O Inter começou 2016 com D’Alessandro capitão. O gringo foi para o River Plate em fevereiro e Alisson, mesmo vendido para Roma, herdou a faixa. Após a final do Gauchão, o goleiro foi substituído por Paulão.

O zagueiro é um dos líderes do grupo de jogadores atuais. Pela idade, 30 anos, por estar no clube desde 2014. Ganhou o posto também por ser atleta de confiança de Argel Fucks. Foi o treinador, na temporada passada, que resgatou o camisa 25 do ostracismo.

Paulo Roberto Falcão substituiu Argel e preferiu não mexer na estrutura. Deixou Paulão como capitão. Na ausência do zagueiro, contra o Cruzeiro, a faixa de capitão foi parar em Anderson. Mas somente por contingência. A decisão surpreendente não se repetiu.

Mas a chegada de Celso Roth mudou tudo. Com o treinador, também veio um novo departamento de futebol. A força-tarefa criada para dar estabilidade e segurança ao elenco, carente de líderes e frágil na relação diária com a diretoria.

Internamente, Paulão é visto como um líder positivo. Mas o rendimento dele e a personalidade não casaram bem com a fase do time. À época, o Inter não vencia há 11 jogos. A ideia foi revezar a missão e o primeiro nome levantado foi de Ernando.

Outro experiente jogador do grupo, com perfil ainda mais sereno e da defesa. Que também está no Beira-Rio desde 2014. Mais articulado ainda e capaz de ser porta-voz perante imprensa e torcida.

Além de Paulão e Ernando, Alex e os reforços Seijas e Ariel Nahuelpan exercem papel de destaque junto ao elenco. Para trabalhar o lado psicológico, o Inter buscou auxílio do motivador Evandro Motta. E até criou uma estratégia de jogo contra o desespero. A troca de capitão foi mais uma medida para ajustar a situação emocional do time.