Topo

Concorrência, lesões e contrato. Dátolo perde espaço no Atlético-MG

Dátolo marcou apenas um gol pelo Atlético-MG nesta temporada - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Dátolo marcou apenas um gol pelo Atlético-MG nesta temporada Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

06/09/2016 06h00

Então camisa 23 do Atlético-MG, Dátolo foi um dos protagonistas da equipe que venceu a Copa do Brasil de 2014. Gol importante na semifinal com o Flamengo, autor do segundo gol na vitória por 2 a 0 sobre o Cruzeiro e assistência para Diego Tardelli fazer o gol do título sobre o maior rival. Desempenho que fez Dátolo receber para 2015 a camisa 10, que era de Ronaldinho Gaúcho, superado pelo próprio argentino em 2014 no quesito passe para gol.

E o argentino foi importante na temporada passada. Ajudou o Atlético a conquistar o Campeonato Mineiro e ser vice-campeão nacional, garantindo assim uma vaga na Copa Libertadores pela quarta vez consecutiva. Foram 43 partidas em 64 possíveis. Portanto, o argentino atuou em 67% dos jogos do Atlético em 2015. Mas tudo mudou em 2016.

Dátolo ganhou concorrentes com as chegadas de Cazares, Hyuri, Robinho e alguns outros jogadores que atuam do meio para frente. Para complicar, o histórico de lesões que assustou o jogador em outros clubes, como foi no Internacional, voltou com muita força. Já são três lesões musculares em 2016, após as partidas com Colo-Colo, Racing e Botafogo. E desde a última, no dia 30 de junho, que Dátolo está sem jogar. Pouco mais de dois meses.

São apenas 17 aparições em 53 possíveis. Portanto, Dátolo atuou somente em apenas 32% dos compromissos do Atlético no ano. O pouco aproveitamento e forte concorrência, que ficou ainda maior com a chegada de Rómulo Otero, fazem de Dátolo um jogador fora dos planos do Atlético para 2017. Aos 32 anos e com vínculo até dezembro, o argentino sabe que dificilmente vai ter o contrato renovado para o ano que vem.

Então, deixar a Cidade do Galo antes do prazo foi uma alternativa que Dátolo levou em consideração. Fluminense e São Paulo apareceram como possibilidades, mas o Atlético não deseja liberar o argentino sem algum tipo de ressarcimento, de preferência financeiro, mesmo que o contrato tenha apenas mais quatro meses de duração.

E assim a relação entre Dátolo e Atlético parece cada vez mais perto do fim. Uma relação semelhante a um namoro, como o próprio jogador descreveu ao UOL Esporte, em abril. “É como se fosse um relacionamento. Sempre falo que o Galo é como uma namorada. São discussões e alegrias, como em qualquer relacionamento. Mas a torcida sabe o amor que tenho por essa camisa e eles sentem o mesmo por mim. É um amor recíproco. E todo torcedor do Atlético sabe que no momento que eu vestir a camisa e entrar em campo, vou dar a minha vida, como sempre fiz. Às vezes, infelizmente, o jogador pode ir mal, mas sempre dando o máximo em campo”.

Nesta quarta-feira, com dez desfalques para enfrentar o Vitória, o técnico Marcelo Oliveira quer relacionar o argentino. “O Dátolo já está treinando”, disse o treinador atleticano ao ser perguntando se o camisa 10 pode ou não voltar a jogar nesta rodada. O Brasileirão pode ser a chance de Dátolo fechar com mais um título a passagem pelo Atlético. Ou até mesmo de conseguir uma reviravolta dentro do clube.

“Sempre falo que futebol é muito intenso. Hoje eu posso te falar que me sinto muito bem aqui no Atlético, só que não posso te falar o que vai acontecer na metade do ano ou no final do ano”, já dizia Dátolo, em abril, prevendo que teria um segundo semestre cercado de incertezas.