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Indignação do Cruzeiro com arbitragem aumenta atrito com Federação Mineira

Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol do Cruzeiro, critica a FMF, que rebate - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol do Cruzeiro, critica a FMF, que rebate Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Enrico Bruno e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

13/09/2016 06h00

A indignação com a atuação de Rafael Traci, árbitro do Paraná, no revés para o Botafogo acarretou em novo atrito entre o Cruzeiro e a Federação Mineira de Futebol (FMF). Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol do clube, queixou-se da falta de apoio da FMF nas questões referentes à arbitragem. O órgão responsável pelo esporte no estado, por outro lado, reforçou a proximidade e acusou o dirigente de transferir a responsabilidade.

A relação entre as partes não é boa desde que Castellar Neto, advogado criminalista e especialista e mestre em direito penal, assumiu a presidência da entidade. Nessa segunda-feira (12), o vice-presidente de futebol do Cruzeiro acusou a diretoria da FMF de negligência nos episódios em que a arbitragem prejudicou o clube recentemente.

“Quero fazer um protesto contra a Federação Mineira. O Cruzeiro vem sendo prejudicado em seguidos jogos. A Federação é feita para proteger seus associados e não faz absolutamente nada. Tenho certeza que se fossem erros seguidos contra o nosso rival, teria uma procissão da FMF na CBF”, disse Bruno Vicintin à Rádio Itatiaia.

O dirigente do Cruzeiro não limitou as críticas à suposta falta de apoio. Ele acusa a FMF de se preocupar com a candidatura de Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, à prefeitura de Belo Horizonte.

“A Federação Mineira tem que se preocupar menos com eleições municipais, menos com a eleição do ex-presidente do nosso rival e mais com seu afiliado, que está sendo prejudicado em seguidos jogos”, completou.

A Federação Mineira de Futebol se pronunciou por meio de seu presidente. Castellar Neto respondeu mensagem telefônica do UOL Esporte e acusou a diretoria do Cruzeiro de transferência de responsabilidade:

“Em todos os momentos que a Federação entendeu que o Cruzeiro foi prejudicado, ela intercedeu junto à CBF, havendo ou não pedido formal do Cruzeiro. O mesmo se deu e se dá em relação aos nove clubes mineiros que jogaram ou ainda jogam os brasileiros das quatro séries. Estive, inclusive, com o Presidente Gilvan no jogo de quinta, contra o América, e no de hoje, contra o Botafogo. Lamento a fala do Vice Presidente do Cruzeiro, que mais me parece uma transferência de responsabilidades”, concluiu.

Problemas entre Cruzeiro e FMF são antigos

Esta não é a primeira vez que o Cruzeiro entra em rota de colisão com a Federação Mineira de Futebol. Em 20 de abril de 2015, Castellar Neto registrou notificação extrajudicial contra a agremiação com o intuito de cobrar retratações do presidente Gilvan de Pinho Tavares e do gerente de futebol Valdir Barbosa por supostamente incitarem a violência contra o mandatário. Os dirigentes contranotificaram o chefe da FMF à época.

Em março de 2016, as partes tiveram novo atrito. O presidente Gilvan de Pinho Tavares e o diretor de futebol Thiago Scuro queixaram-se da forma como ocorreu o sorteio da arbitragem para o clássico diante do Atlético-MG, pela primeira fase do Campeonato Mineiro.