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Flamengo e Fluminense rompem aliança após 'traição' por clássico

Bandeira de Mello e Peter Siemsen estão com a relação estremecida nos bastidores - Alexandre Vidal/Fla Imagem e Nelson Perez/Fluminense FC
Bandeira de Mello e Peter Siemsen estão com a relação estremecida nos bastidores Imagem: Alexandre Vidal/Fla Imagem e Nelson Perez/Fluminense FC

Bernardo Gentile, Pedro Ivo Almeida e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/10/2016 06h00

A boa relação entre as diretorias de Flamengo e Fluminense sofreu um duro golpe na noite da última segunda-feira (3). A marcação do clássico do próximo dia 13 (quinta-feira) para a Arena Botafogo - situação indefinida por conta de problemas no estádio - foi o estopim para findar um relacionamento cordial e pautado em uma espécie de parceria na defesa dos interesses contra a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro).

Tudo caminhava normalmente até os primeiros telefonemas do dia 3. Apesar das disputas naturais em campo entre os dois rivais, o clima era tranquilo fora das quatro linhas. O bom entendimento entre as partes gerou, inclusive, um acordo de cavalheiros envolvendo os clássicos do Campeonato Brasileiro deste ano. Mas foi justamente a tentativa de romper tal combinado que minou a relação.

Enquanto o Tricolor fechava detalhes para mandar o jogo do returno em um estádio com divisão de cotas e torcidas, o Rubro-negro pressionava pelo duelo fora do Rio - onde teria maioria nas arquibancadas. O Fluminense desejava a partida no dia 12, enquanto o Rubro-negro queria o jogo no dia 13 - para contar com os selecionáveis Alex Muralha e Paolo Guerrero. Os impasses geraram discussões, já que o clube da Gávea exigiu tratamento igualitário ao Palmeiras na CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

A justificativa é a de que o Alviverde conseguiu o adiamento do confronto contra o Cruzeiro para o dia 13 com o objetivo de ter o atacante Gabriel Jesus após a passagem pela seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Contornado o problema, ainda que sem o cenário ideal na Gávea, acordou-se que o clássico seria na Arena da Amazônia, na data inicial (12). Mas enquanto dizia sim para a proposta do Fluminense, o Flamengo ainda tentava levar o jogo para o dia 13 na entidade maior do futebol nacional. O clube das Laranjeiras tomou conhecimento e definiu que não atuaria mais fora do Rio - onde teria menos torcida - e faria uma distribuição de apenas 10% dos ingressos ao rival.

Correndo contra o tempo, o Flu arranjou o aliado ideal para confrontar o Fla nos bastidores: o Botafogo. Peter Siemsen acertou a utilização da Arena da Ilha junto a Carlos Eduardo Pereira, inimigo público do time da Gávea e deu o “troco” na gestão de Eduardo Bandeira de Mello. O problema é que o mandatário alvinegro alegou na última terça-feira (4) não ter mais condições de emprestar o estádio por conta de problemas técnicos. A situação está indefinida e a partida pode parar em Volta Redonda (90% de tricolores contra 10% de rubro-negros) ou novamente fora do Rio de Janeiro.

O Flamengo tem evitado se posicionar publicamente, mas o clima é de absoluto descontentamento com a atitude de Peter Siemsen, panorama que se repete em relação aos rubro-negros pelo lado das Laranjeiras. O Tricolor chegou a comemorar a reviravolta e passou a enxergar o clássico como o “jogo da vida”. O Rubro-negro lamentou a decisão do rival, porém, vibrou com a então realização da partida no dia 13 - no caso, sem o desgaste das viagens e com a presença dos selecionáveis.

A dúvida agora fica na sequência da relação entre os clubes. Desdobramentos são esperados nos bastidores. E o primeiro deles além da definição do novo local para o clássico não deve demorar a acontecer, já que os históricos rivais disputam e sonham com a participação na administração do Maracanã.