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Rodriguinho reforça críticas à torcida do Corinthians: "Muito triste"

Rubens Cavallari/Folhapress
Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

06/10/2016 16h09Atualizada em 16/06/2020 01h02

Já virou tradição: jogadores, comissão técnica e diretoria não cansam de pedir apoio para a torcida do Corinthians. E não tem adiantado. Nesta quinta-feira, inclusive, um grupo de 15 torcedores de uma organizada foram à porta do CT Joaquim Grava para fazer novo protesto que teve a diretoria "Jim Carey" como foco.

A comparação entre diretores e norte-americano acontece porque, segundo os torcedores, os cartolas são "comédia". Além disso, eles usaram coco em uma encenação para dizer que os diretores querem sombra e água fresca.

Protesto à parte, os corintianos são conhecidos como fiéis, mas tem batido recorde negativo atrás de recorde negativo nos últimos dias quando o assunto é presença dos torcedores em Itaquera. Na última quarta-feira (5), com pouco mais de 17 mil pessoas, o estádio registrou o pior público de sua história no empate por 0 a 0 contra o Atlético-MG.

Mais do que a ausência, a mudança de comportamento também virou assunto. Rodriguinho, por exemplo, sente saudades da época em que o torcedor só criticava após o apito final.

"Contra o Cruzeiro (pela Copa do Brasil), mesmo vencendo, parte da torcida nos vaiou no final do jogo, ficamos sem resposta, sem saber o motivo. A gente está muito triste, é um momento complicado em termos de diretoria, saída de jogadores, mudanças de comissão... Temos de nos adaptar e voltar a ser aquele time acostumado com glórias", disse o jogador nesta quinta-feira.

"É uma coisa que nos causa sentimento de tristeza, o Corinthians sempre foi reconhecido e visto como um time que a torcida empurra sempre, comparece, nesses jogos foi diferente. É até estranho para quem já viveu momentos anteriores de glória, casa cheia, com a torcida nos apoiando, viver agora esse momento difícil", completou.

Antes de Rodriguinho, Marquinhos Gabriel havia falado logo após o jogo que o público precisa aparecer também na "hora ruim". Willians, vaiado no mesmo jogo contra o Cruzeiro, deixou o estádio dizendo que está chateado. O presidente Roberto de Andrade já afirmou que é importante ver as arquibancadas completamente lotadas, não só no aspecto de apoio ao time, mas também no sentido financeiro.

Cristóvão Borges, demitido, e Fábio Carille, atual técnico, também já reclamaram da impaciência do torcedor. Elias, já vendido para o futebol europeu, chegou a criticar a torcida corintiana e fez comparações com a do São Paulo. A repercussão foi negativa, e o meia viu seu nome xingado pelos torcedores.

A saída de Elias, aliás, é um dos motivos apontados pelo Corinthians para a queda de rendimento, assim como as saídas de Bruno Henrique e membros da comissão técnica, como Tite e seus auxiliares.

Rodriguinho diz que só a repetição em treinos e jogos fará o time melhorar e a torcida voltar a apoiar. "Até a metade do ano o temor era o mesmo (de jogar em Itaquera), conseguimos resultados, com exceção dos jogos contra Audax e Nacional. A equipe se comportava de forma diferente, deixamos cair um pouco, mas o jogo contra o Atlético-MG nos trouxe um alento. Disputamos contra uma grande equipe, com uma vontade que a torcida nos cobrou e hoje apareceu. Temos de seguir assim para colocar medo nos rivais".

Perseguição contra arbitragem irrita meio-campista

Rodriguinho também falou do assunto arbitragem. Polêmica em jogos contra o Fluminense no Brasileiro e na Copa do Brasil, e até contra o Botafogo, no último fim de semana no Brasileirão, ela voltou a ser contestada após o empate por 0 a 0 contra o Atlético-MG. Gustavo teve um gol aparentemente legal anulado por uma falta que não existiu.

"Realmente pelas coisas que aconteceram, e muito se fala isso, sempre que acontece alguma coisa o Corinthians é beneficiado. Vou até citar o jogo do Santos contra o Inter, que teve a expulsão do Lucas Lima. Vieram falar que a gente estava sendo beneficiado. Quando erram contra a gente, poucos falam, isso acaba influenciando o juiz pela repercussão que dá quando o erro é a nosso favor".