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Memórias de Cuca em Londrina: uísque, vodka e conta 'maior que o salário'

Treinador possui uma lembrança, no mínimo, curiosa sobre a cidade de Londrina - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Treinador possui uma lembrança, no mínimo, curiosa sobre a cidade de Londrina Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

08/10/2016 06h00

O Palmeiras viaja na manhã deste sábado para Londrina, onde encara no domingo, a partir das 17h (de Brasília), o América-MG, em duelo pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Enquanto a cidade paranaense aparece como um palco inédito para a maioria, o técnico Cuca possui boas lembranças (dependendo do ponto de vista) do município.

Nascido em Curitiba, Cuca iniciou a carreira profissional no extinto Pinheiros, clube responsável ao lado do Colorado Esporte Clube, a dar origem ao Paraná Clube, equipe da segunda divisão nacional. Logo na primeira viagem, a inocência do até então jovem jogador custou caro (no bolso).

Em entrevista concedida na sexta-feira, Cuca até hesitou contar a história sobre a principal lembrança sobre Londrina. No entanto, ao se recordar do causo, arrancou risadas dos jornalistas, funcionários e pessoas presentes na Academia de Futebol.

“Eu jogava no Pinheiros, em 1983. Foi a minha primeira viagem como profissional. Fiquei em um quarto que tinha um bar de madeira e estava cheio de garrafinhas de vidro de uísque, Campari e vodka...eram bonitas. Falei comigo: ‘vou levar embora!’”, recordou.

Ainda na casa dos 20 anos, Cuca desconhecia, no entanto, que aquelas bebidas chamativas não eram brindes. O aprendizado veio da pior forma possível, com bronca em meio ao grupo e uma cobrança acima do esperado para quem apenas iniciava a carreira no futebol.

“Na segunda-feira, o presidente do Pinheiros reuniu todo mundo e disse: ‘tem gente aqui que gosta de tomar uísque importado, vodka importada’. Eu ria sem entender nada, até que ele fala: ‘não é, seu Cuca?’”, divertiu-se Cuca, que, ainda longe da realidade de salários vantajosos, pagou caro pela inocência.

“Ele só disse: ‘está aqui a nota do hotel’. Era mais do que o meu salário; eu achei que poderia levar aquelas garrafinhas embora. Não entrei nem um minuto do jogo, que ficou 1 a 1. Tomei as bebidas lá em casa, com todo mundo”, contou o técnico palmeirense.

Para ganhar uma nova recordação marcante – agora calejado e ciente de que os hotéis não possuem um tratamento tão receptivo ao ponto de liberar estes ‘presentinhos’ -, Cuca trabalha o Palmeiras para sustentar a liderança do Campeonato Brasileiro.

A equipe alviverde soma 57 pontos, três a mais do que o Flamengo, que encara também no domingo, a partir das 17h, o Santa Cruz, no Pacaembu. Com os três pontos, vodka, uísque e Campari serão liberados, especialmente para os torcedores, que comemorarão mais uma rodada na confortável posição de líder da Série A.