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Titulares desmotivados ou usar reservas e perder ritmo? Grêmio vive dilema

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

08/11/2016 09h42

"É difícil estar no meu lugar", assim Renato Gaúcho, em tom de desabafo, detalhou a difícil tarefa de montar o time do Grêmio para os próximos jogos. Com os titulares pensando exclusivamente na final da Copa do Brasil, mas precisando manter o ritmo de jogo, partidas como a derrota por 3 a 0 para o Sport em casa, na noite de segunda-feira (07), atormentam o comando. 

O dilema está bem claro. Por um lado, poderia ser melhor tirar os principais jogadores do Campeonato Brasileiro, já que o Grêmio está fora do G-6 e sem grandes ambições no torneio. Porém, ficar parado por quase 20 dias, até a primeira partida da decisão da Copa do Brasil contra o Atlético-MG (23 de novembro), poderia tirar ritmo de jogo dos atletas. 
 
Ao mesmo tempo, utilizar a equipe principal pode trazer consequências. O jogo contra o Sport mostrou que o elenco já não pensa no Brasileirão como deveria. E perder partidas como a de segunda-feira abala o moral dos jogadores e pode até influenciar no rendimento na final. Além, é claro, de possibilitar a ocorrência de lesões, o que pode levar os atletas a não se arriscarem em divididas e jogadas mais duras
 
"É o que eu falo: é difícil estar no meu lugar. Eu gostaria de jogar com um time que não vem jogando, digamos assim, o time reserva contra São Paulo e América-MG [dois jogos antes da primeira final da Copa do Brasil]. Mas se eu ponho o time reserva, depois não nos damos bem contra o Atlético-MG, vai se falar que o time estava sem ritmo", disse o técnico Renato Gaúcho em entrevista coletiva após a derrota para o Sport.
 
"Mas daí se eu ponho o principal, se fala que a cabeça dos jogadores está na final e não vão se empenhar. Eu sei que sou pago para isso, mas devolvo a pergunta: no meu lugar, vocês [dirigindo-se aos jornalistas] fariam o quê? Daí vocês dizem que eu sou pago para decidir. Eu sei. Então vou trabalhar a cabeça do meu grupo e vou decidir".
 
O 'treinamento psicológico' será intenso. Conversas diárias irão mostrar o melhor caminho ao comandante, que agora ainda se encontra dividido e não tomou a decisão entre preservar ou manter titulares. "Se coloquem no meu lugar. E no lugar do jogador. É muito difícil. Vamos voltar a nos empenhar no Brasileiro e depois é pensar na Copa do Brasil", falou. 
 
A decisão, contudo, não será tomada de forma isolada. O treinador gremista irá seguir o protocolo de consultar a direção, a comissão técnica e o departamento médico para escalar o time. 
 
Sem compromissos no final de semana, o Grêmio se reapresenta nesta terça-feira e inicia a série de trabalhos até o confronto com o São Paulo.