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Tática de Tite e até livro de Jordan: a filosofia de Marcão no Fluminense

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/11/2016 07h36

O trabalho de Marcão no Fluminense se iniciou com muito mistério e surpresas. Escolhido para comandar a equipe nos quatro jogos restantes do Brasileirão, o treinador utilizou bastante da estrutura do novo centro de treinamento para comandar atividades sem a presença da imprensa.

Momentos antes da partida contra o Atlético-PR, Marcão divulgou a escalação do time titular com novidades. Marquinho assumiu titularidade no meio de campo, e Cícero foi improvisado como atacante, deixando três jogadores da função no banco de reservas: Richarlison, Henrique Dourado e Magno Alves.

O esquema tático adotado foi o que consagrou Tite no Corinthians e, atualmente, na seleção brasileira: 4-1-4-1. Pierre jogou entre as linhas. No meio de campo, Scarpa, Edson, Marquinho e Wellington. Cícero, pelo menos no primeiro tempo, foi improvisado no ataque e marcou o gol do Fluminense.

A escalação fez com que o Fluminense melhorasse o desempenho defensivo. O Atlético-PR teve poucas chances de gol e só marcou após uma falha individual de William Matheus, que cometeu pênalti em Lucas Fernandes.

Por outro lado, o Fluminense não conseguiu criar tantas oportunidades. Com a bola nos pés, parecia não saber o que fazer. Sem tanta objetividade, utilizou-se da pressão da torcida e foi para o “abafa”. Marcão vê evolução no trabalho, mas ainda admite problemas.

“Conseguimos o gol em uma jogada de lado. Diminuímos a falta de proteção da área. Acho que eles conseguiram fazer muitas coisas. Mas em cima do resultado claro que fica faltando algo. Eles têm capacidade para melhorar, e temos que diminuir essa margem de erros na próxima partida. Com o decorrer dessa semana vamos poder corrigir”, disse Marcão.

A vitória sobre o Atlético-PR só não ocorreu por conta do pênalti desperdiçado por Gustavo Scarpa já nos acréscimos. O camisa 10 demonstrou personalidade na saída de campo e disse que não se abateria com o lance. Na coletiva, Marcão usou até um exemplo do ex-jogador de basquete Michael Jordan.

“O Gustavo é um jogador que se dedica muito. Sempre busca um algo a mais. Pega a bola e fica treinando pênalti, falta... Hoje a bola decisiva foi no pé dele, mas os grandes jogadores passam por isso. Hoje li uma  livro do [Michael] Jordan. Diz que teve 200 bolas decisivas e errou 190 ou mais, mas nem por isso ele deixou de ser o Jordan. O Scarpa pediu para bater, treina para isso, mas a bola não entrou. Temos que dar apoio e recuperar para próxima partida”, explicou o treinador do Fluminense.

Marcão, agora, terá mais três jogos pela frente até o fim do Brasileiro: Ponte Preta, Figueirense e Internacional. Com a classificação para a Libertadores cada vez mais difícil, a situação do treinador fica mais complicada a longo prazo. Isso sem contar as eleições, que ocorrerão no dia 26. O próximo presidente será fundamental para a definição do futuro do profissional.