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Um turno de Mano no Cruzeiro. O que mudou desde a chegada do técnico

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

17/11/2016 06h00

Mano Menezes completou, nessa quarta-feira (16), um turno à frente do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Em 19 partidas sob a sua batuta, a equipe obteve nove vitórias, cinco empates e cinco reveses. Os resultados deram 32 pontos aos mineiros. Ele é responsável por 68,1% da pontuação conquistada pelo time na principal competição nacional.

Mas o que mudou neste período em que o gaúcho assumiu o clube de Belo Horizonte na vaga do português Paulo Bento? O UOL Esporte preparou uma lista com cinco fatores fundamentais para a melhora de produtividade do elenco no torneio. Confira:

Harmonia na Toca da Raposa II

O ambiente no centro de treinamentos do Cruzeiro melhorou muito desde o retorno do treinador. A relação com atletas e diretoria é bem diferente da nutrida por seu antecessor. Próximo somente dos auxiliares que vieram de Portugal, Paulo Bento foi responsável pela saída de Geraldo Delamore do clube e a ida de Raul Plassmann para o departamento de marketing. Ainda havia distanciamento do grupo.

Com a chegada de Mano Menezes, houve uma reaproximação da comissão técnica com o elenco. Rafael Sóbis destacou esta mudança:

“Esse momento mostra companheirismo, mostra luta. Às vezes, não dá para fazer o que a gente tanto quer, mas precisa de luta e entrega. Nós estamos mais unidos. Pouco a pouco, as coisas vão acontecendo. É questão de confiança”, declarou.

Aproveitamento em casa

O aproveitamento do Cruzeiro dentro de seus domínios no Campeonato Brasileiro é muito ruim – é o 18º neste quesito. A equipe conquistou 24 pontos em 51 possíveis, o equivalente 47,05%. Contudo, melhorou bastante desde a chegada de Mano Menezes. Os números são bem distintos.

Durante a gestão de Paulo Bento, foram sete partidas, com uma vitória, três empates e quatro derrotas, o que dá ao time um rendimento de 25%. Em contrapartida, desde que efetuou a troca, os mineiros obtiveram cinco triunfos, três igualdades e um tropeço. O aproveitamento é de 66,7%.

Evolução defensiva

Geraldo Delamore comandou o Cruzeiro na estreia do Campeonato Brasileiro. Paulo Bento teve esta incumbência nos outros 15 jogos que antecederam a contratação de Mano Menezes. Neste período, os mineiros sofreram 27 gols. A média é de 1,68 bola na rede da equipe por partida.

Sob a batuta do técnico gaúcho, no entanto, há uma mudança significativa em termos defensivos. Em 19 confrontos, a meta do time foi vazada em 17 oportunidades. A média é de 0,89 gol sofrido por duelo.

Redução do desgaste dos atletas

A parte física, segundo o próprio treinador, é um aspecto que precisava ser melhorado na Toca da Raposa II. Os jogadores apresentaram desgaste elevado quando Mano Menezes chegou ao clube. Ele aponta o condicionamento dos atletas durante a gestão de Paulo Bento como um problema.

“Existem diferenças de condução do trabalho, de entendimento de trabalho. Talvez, na parte física, nós precisávamos e já estamos melhorando. Aí entra na filosofia e cultura de jogo, de trabalho. Entra nessa questão também das especificidades mais profundas, da mesma maneira que me referi às questões técnicas”, afirmou.

“Nós, brasileiros, acreditamos nisso ainda, pela cultura dos jogadores que temos, que formamos, que criamos ao longo do tempo. Nesse período de 30 dias intensificamos alguns fundamentos da parte física, e a equipe ganhou mais força no geral. O restante é opção, escolha de jogadores. Tive a sorte de ter o retorno de jogadores importantes, experientes. Eu usei porque já os conhecia”, acrescentou.

Definição dos titulares

Outro aspecto modificado por Mano em relação ao antecessor é o fato de escalar uma equipe considerada titular. Logo que chegou, ele explicou que o rodízio adotado por Paulo Bento seria extinto no decorrer de seu trabalho à frente do Cruzeiro.

Neste período, o gaúcho fez algumas mudanças na escalação, mas tentou manter uma base para criar competitividade dentro do elenco.

“Sou adepto de uma formação mais titular, que dê certa segurança aos jogadores. Acho que criar um clima de disputa interna traz mais resultados ao time. Pequenos gestos na prática que mostram que a gente pode acreditar mais em um do que no outro. Ter disciplina e cumprir o proposto de forma rigorosa. Gosto de trabalhar desta maneira”, comentou.

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