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O que o Palmeiras perde com as saídas dos homens fortes de Cuca

Cuca, Cuquinha e Eudes Pedro iniciam a última semana de trabalho no Palmeiras - Cesar Greco/Fotoarena
Cuca, Cuquinha e Eudes Pedro iniciam a última semana de trabalho no Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Fotoarena

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/12/2016 06h00

Inegavelmente, o Palmeiras termina a temporada de 2016 enfraquecido; pelo menos no comando. A partir desta terça-feira, data da reapresentação do elenco após dias de folga em virtude do título nacional e principalmente do luto pela tragédia envolvendo a Chapecoense, Cuca e mais três profissionais se despedem como campeões brasileiros e com a missão cumprida.

Primeiramente, Cuca transformou os investimentos palmeirenses em resultados. Sob o comando do treinador, a equipe encontrou uma organização perdida nos últimos meses de Marcelo Oliveira; os resultados apareceram no início do Campeonato Brasileiro e se mantiveram até o fim.

Quatro pontos chamam a atenção para o trabalho do técnico: a pressão exercida no Allianz Parque, as jogadas ensaiadas (até com laterais longos) a liberdade dada à dupla Tchê Tchê e Moisés - talvez os dois nomes mais importantes na campanha - e o posicionamento de Gabriel Jesus como referência (o jovem explodiu na Era Cuca).

As virtudes foram alcançadas graças ao trabalho do dia a dia na Academia de Futebol. Nos treinamentos, Cuca contava com a ajuda fundamental dos auxiliares Eudes Pedro (analista de desempenho), Cuquinha (irmão do treinador) e, obviamente, Alberto Valentim; o trio se mostrava participativo nas atividades.

Muitos dos trabalhos contavam apenas com a supervisão de Cuca; Cuquinha e Alberto responsabilizavam por monitorar e corrigir as atividades, especialmente Valentim, que deixará o clube de Palestra Itália para dirigir o Red Bull Brasil no Campeonato Paulista de 2017.

Alberto Valentim possuía carta branca com Cuca e trouxe conceitos novos ao trabalho do treinador. Treinamentos com quatro traves, três times atuando ao mesmo tempo e a insistência em fundamentos como finalizações são três pilares do trabalho de Valentim.

O auxiliar também possuía ótima relação com os jogadores; inclusive, alguns atletas não poupavam Valentim de ações erradas nas atividades. Quando o futuro técnico do Red Bull não acertava um cruzamento, por exemplo, a cobrança em tom leve aparecia: 'Cruzamento de Série A, Valentim!'.

Cuca Alberto Valentim Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Cuca deu carta branca ao auxiliar no dia a dia do Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

A confiança de Cuca sobre Alberto Valentim nasceu logo nas primeiras semanas de trabalho. Com Eudes Pedro e Cuquinha, no entanto, a relação é antiga; ambos deixam o Palmeiras junto com o treinador, enquanto Valentim iniciará a carreira de técnico no Red Bull Brasil.

Eudes Pedro se tornou um elo também com um torcedor. Com uma conta de Twitter movimentada - mais de 9 mil seguidores -, o braço-direito de Cuca emitia mensagens de otimismo em relação ao time, agradecimento aos torcedores e até insatisfação com a diretoria.

Em julho, por exemplo, Eudes lamentou a falta de um reforço no fechamento da janela internacional de reforços. A opinião do analista, obviamente, não pegou bem internamente no clube.

"Infelizmente, depois de vários nomes estudados, analisados e sugeridos, não foi possível trazer reforços do exterior. O principal critério dessa busca é a nossa necessidade e a característica dos jogadores que se encaixem no perfil do Palmeiras. Claro que a comissão técnica não está satisfeita, mas entende toda essa dificuldade em trazer reforços", escreveu Eudes Pedro.

A ajuda de Cuquinha, os conceitos novos de Valentim e as análises aprofundadas de Eudes ajudaram Cuca a guiar a equipe - as mudanças, como a participação maior de Dudu na criação, passaram por este quarteto que agora tem data para deixar a Academia de Futebol.

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