"Calejada e solidária", Chape usa poder de adaptação para seguir líder
Liderar o Campeonato Brasileiro na quarta rodada pode não ter grandes consequências a longo prazo, mas é bastante significativo para a Chapecoense. A reconstrução da equipe deu resultados rápidos nas mãos de Vagner Mancini, e após o título catarinense a equipe agora começa o Nacional de forma surpreendente.
A situação gera certo conflito de sentimentos no clube. O próprio Mancini avisa que “falta muito campeonato”, mas revela que conversa com o elenco sobre título — tudo isso em uma mesma entrevista coletiva. O que resulta do bom início é que a equipe está no caminho certo, e a postura da Chape em campo contribui para essa sensação.
O time aprendeu a se adaptar a cada condição que encontrou neste Brasileirão. Na estreia, saiu atrás do Corinthians e pressionou até buscar o empate em Itaquera. Depois recebeu os reservas do Palmeiras e venceu jogo bastante duro, com mais marcação do que chances de gol. Na terceira rodada, teve ritmo intenso e dominou o Avaí; e no último domingo (4) soube suportar a pressão do Cruzeiro no Mineirão.
Pressionar, ser cirúrgica, dominar e sofrer pressão… A Chapecoense tem respondido bem a cada vez que é colocada em situação adversa. A equipe evoluiu mesmo na Copa Libertadores, da qual foi eliminada por punição. Mancini, inclusive, diz que o insucesso deixou o elenco “calejado” e o ensinou a lidar melhor com a pressão e com o aspecto emocional.
O mesmo pode-se dizer sobre a perda da Recopa e a eliminação da Copa do Brasil para o Cruzeiro. A Chape jogou melhor que o time mineiro em vários momentos do confronto de 180 minutos, mas não encontrou o gol. Ao reencontrar o adversário pelo Brasileirão, foi inquestionavelmente melhor, aproveitou muito bem suas chances e soube manter o confronto sob seu domínio.
A liderança da Chapecoense pode ainda não dar frutos, mas vale como mensagem. “É bacana porque os olhos de todos estão voltados a uma equipe que é solidária em campo”, diz o técnico Vagner Mancini, valorizando a reconstrução. “Não é à toa que estamos em primeiro lugar.”
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