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Mesmo cartola "criou" e une Grêmio e Chape, que duelam para seguir na ponta

Rui Costa ficou pouco mais de três anos no Grêmio e está na Chape desde dezembro - Vitor Rodriguez/Grêmio FBPA
Rui Costa ficou pouco mais de três anos no Grêmio e está na Chape desde dezembro Imagem: Vitor Rodriguez/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

08/06/2017 04h00Atualizada em 08/06/2017 11h17

O Grêmio reencontra, nesta quinta-feira (8), um personagem importante na sua história recente. Rui Costa, diretor executivo da Chapecoense, foi homem forte do futebol do Tricolor por 41 meses. A partida da quinta rodada do Brasileirão coloca frente a frente o grupo que ele ajudou a montar em Porto Alegre com o elenco que ergueu às pressas em Chapecó.

O duelo, a partir das 20h (horário de Brasília) na Arena Condá, é o primeiro de Rui Costa como profissional de futebol contra o clube que o lançou na função. Com os dois times em alta, vale a permanência no pelotão de elite do Campeonato Brasileiro.

E as histórias de Grêmio e Chapecoense possuem algumas semelhanças, guardadas as devidas proporções. Nos dois clubes, Rui comandou um processo de reconstrução. Em ambos os casos, às vésperas de uma participação em Libertadores, com autonomia total.

Na Chape, o trabalho foi mais pesado pela tragédia envolvendo o avião que levava delegação do clube à final da Sul-Americana de 2016. A busca foi por nomes para iniciar um plantel inteiramente novo.

"Na Chape, o trabalho foi intenso porque o tempo era curto. Não podíamos contratar por contratar, mesmo com toda a pressa que tínhamos. Tudo foi feito de forma planejada. Não tive Natal, nem Ano Novo. Eu digo desde lá atrás: todo jogador que está aqui veio porque se adequava ao perfil do clube e daquilo que queríamos para fazer uma grande temporada. Trouxemos 25 atletas porque confiávamos neles. Hoje, a valorização é enorme, tanto no aspecto técnico quanto institucional", afirma Costa.

No Grêmio, Rui Costa foi catapultado ao cargo de executivo de futebol no fim de 2012, sob as ordens de Fábio Koff. Em pouco mais de três anos, geriu o departamento com cinco treinadores e 48 contratações.

Ele foi peça-chave na chegada de nomes afirmados no time campeão da Copa do Brasil e que atualmente vive boa fase na Libertadores e Brasileirão. Foi ele quem ajudou o clube a contratar Pedro Geromel, Marcelo Oliveira, Maicon, Ramiro e Miller Bolaños.

Desligado do Grêmio em 6 de maio do ano passado, Rui Costa sempre foi questionado por setores do conselho do Tricolor. A exposição diária cobrou o preço e deteriorou a condição no cargo. Depois da eliminação para o Rosario Central-ARG, nas oitavas de final da Libertadores, o executivo foi demitido. A comissão técnica de Roger Machado seguiu por mais alguns meses.

Apesar da saída atípica, em meio à temporada, Rui Costa manteve boa relação com a diretoria do Grêmio. No começo desta semana, por exemplo, ele foi o primeiro representante da Chapecoense a ser procurado para tratar do adiamento da partida.

No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, as delegações de Chapecoense e Grêmio se encontraram à espera de teto para voar até o oeste catarinense. Rui Costa confraternizou com Renato Gaúcho, com quem trabalhou em 2013 na campanha do vice-campeonato do Brasileirão. E com os atuais dirigentes do futebol do Grêmio.