No sufoco, Atlético-PR e Santos buscam "nova identidade" no comando
Na rabeira do Brasileirão, Atlético Paranaense (19º) e Santos (14º) duelam neste domingo, 19h, na Arena da Baixada em Curitiba, buscando referências ainda em seus ex-técnicos. Ao olhar o desenho das equipes que buscarão um desempenho melhor (como o que ambas têm na Libertadores, onde estão entre as 16 melhores da América) é inevitável perceber que Eduardo Baptista e Elano - este, temporariamente no cargo até que Levir Culpi assuma - tentam implantar uma "nova identidade" em suas equipes.
No caso do Atlético, é até compreensível. Autuori deixou o comando técnico da equipe, mas não deixou o clube. Embora neguem o fato no CT do Caju, os resultados negativos recentes fizeram com que ele antecipasse seus planos de ser o manager atleticano (um cargo mais amplo que a velha figura do gerente de futebol) e fosse pessoalmente buscar Eduardo Baptista para o suceder.
Na apresentação, Baptista e Autuori estavam afinados no discurso, ao se identificarem no perfil que têm. Nos dias que se sucederam, pôde-se lentamente ver detalhes de Baptista na equipe, que reconhecidamente passou a atuar melhor. Mas o time titular e o esquema tático ainda carregam muito de Autuori.
O teórico 4-3-3, considerando a posse de bola (4-1-4-1 sem ela), continua presente. O que Baptista fez foi fechar espaços, especialmente na defesa. “Eu tô aqui há quatro jogos, o último gol de cruzamento pela esquerda foi contra o Flamengo. Nós compactamos o sistema defensivo, conseguimos deixar o adversário mais longe do nosso gol. A bola parada, a gente tem trabalhado. Nós tomamos dois gols de bola parada. Precisamos de um pouquinho mais de concentração”, comentou o técnico, que não quer um time afobado contra o Peixe: “É um jogo que a gente tem que ganhar. Só esse ganhar de qualquer jeito que no Campeonato Brasileiro não se ganha. Tem que estar seguro defensivamente, organizado, fazer as coisas certas e equilibradas”.
As mudanças no Santos também chamaram a atenção de Jonathan, campeão da Libertadores pelo Peixe e hoje no Furacão. “É uma equipe que vem sofrendo algumas críticas nesse Brasileiro, está trocando de treinador agora, apesar de o Levir começar só na semana que vem, acho que os atletas vão querer demonstrar seu valor. Mas para nós, é o jogo mais importante por que a gente precisa vencer no campeonato”.
No Santos, Elano mudou a equipe santista contra o Botafogo e apostou até no meia Vecchio, desafeto de Dorival Júnior. O argentino foi afastado duas vezes por Dorival e não atuava há nove meses. Como Lucas Lima segue lesionado, o meia terá mais uma oportunidade como titular para mostrar que o seu ex-comandante estava equivocado sobre ele.
Além de Vecchio, a "nova identidade" do Santos de Elano contra o Botafogo teve Matheus Ribeiro, Kayke e o jovem Arthur Gomes, outros preteridos por Dorival.
No entanto, após a vitória no sufoco contra os cariocas (com gol da vitória por 1 a 0 no último minuto), Elano decidiu mexer na equipe santista novamente.
Arthur Gomes perde a posição para Bruno Henrique, que volta ao time após cumprir suspensão contra o Botafogo. Matheus Ribeiro e Kayke também deixam a equipe para as entradas de Jean Mota e Copete.
A principal novidade para este jogo fica por conta do posicionamento de Bruno Henrique. Elano busca mais marcação dos atacantes pelas beiradas e, por isso, aposta na volta de Copete pelos lados do campo. Desta forma, Bruno Henrique deve fazer a função de centroavante pela primeira vez no Santos.
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