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Amigos e adversários. Cruzeirense abriu as portas do Corinthians a Carille

Sidnei, Mano e Carille juntos em treino do Corinthians na temporada 2014 - Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Sidnei, Mano e Carille juntos em treino do Corinthians na temporada 2014 Imagem: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

14/06/2017 04h00

Fábio Carille completou oito anos na comissão técnica do Corinthians em janeiro passado. Seis meses depois e fortalecido por um título estadual como treinador do time, o comandante corintiano medirá forças com profissionais que lhe abriram as portas do clube alvinegro.

Nesta quarta-feira à noite, em Itaquera, a equipe paulista enfrentará o Cruzeiro do técnico Mano Menezes e do auxiliar Sidnei Lobo, maior responsável pela chegada de Carille ao Corinthians no começo de 2009.

Na ocasião, os dois iniciavam a segunda temporada à frente do time corintiano e precisavam de mais um auxiliar na comissão. Amigo de longa data de Sidnei, Carille logo tornou-se o plano A para a posição.

"Pensei nele por ter convivido e saber que é um cara de extrema confiança, um profissional discreto. Ele me daria o suporte que a gente precisava no momento. Via o perfil dele para aquela posição", disse Sidnei em entrevista ao UOL Esporte.

Ainda de acordo com lobo, a ideia de incorporar Carille deu-se ainda na temporada 2008, ano em que o Corinthians tentava voltar à Série A do Brasileirão. A contratação, entretanto, demorou para virar realidade.

"Conversei com o Mano, mas tivemos dificuldade em trazê-lo pelo fato de já ter alguns profissionais no clube. Levou um tempo para o Mano conseguir, mas o nome do Carille foi aprovado. Quando o clube deu sinal verde, foi a hora de trazê-lo", contou Sidnei, que não estará na Arena Corinthians nesta quarta (o auxiliar está fazendo o curso de técnico na CBF).

A parceria entre os dois auxiliares durou pouco mais de 18 meses, até a ida de Mano à seleção brasileira, em julho de 2010 - Carille foi observador técnico do Brasil na Copa América 2011. O trio voltou a se juntar no começo da temporada 2014, quando o treinador do Cruzeiro voltou ao Corinthians.

Amizade de duas décadas

Carille - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Trio em treino do Corinthians em 2014
Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Sidnei e Carille se conheceram em 1996, quando atuavam pelo Paraná Clube - o treinador, um ano antes, teve uma rápida passagem pelo Corinthians. No time paranaense, os dois foram companheiros por dois anos seguidos, tempo suficiente para uma amizade sólida, com direito a ligações e encontros entre os familiares.

"Eu ajudei muito ele lá, no apoio ao ataque. Ele só pensava em marcar naquela época", brinca Sidnei, que já observava traços da personalidade do técnico campeão paulista: "Ele sempre foi ligado a muitos detalhes, mas também muito tranquilo."

Depois de um reencontro no próprio Paraná Clube, em 2002, os amigos voltaram a ter uma farta convivência na passagem de Mano pelo Grêmio - o estágio no clube durou uma semana. "Lá a gente acabou estreitando ainda mais a nossa relação. Falamos sobre muitas coisas", afirmou o auxiliar de Mano, que disse ainda que a comunicação é frequente até hoje.

Agora é a vez de Carille abrir as portas

Idealizador de Carille como auxiliar de Mano no Corinthians, Sidnei vê uma situação oposta agora com o sucesso obtido pelo atual treinador corintiano. Para ele, um ex-auxiliar conquistar esse espaço é uma forma de ajudar outros novatos.

"Sou um dos caras que mais tem orgulho dele. Costumo dizer isso para ele: o sucesso dele tem um papel importante para quem está iniciando. Ele está dando uma resposta tão boa. Fortalece muito a classe dos treinadores que estão chegando. Fico muito feliz e honrado de ter ajudado de certa forma", disse.

Segundo Sidnei, Carille tem uma concepção própria em relação ao futebol, com forte influência de Mano e Tite, técnicos que trabalharam sete temporadas com ele no Corinthians.

"Tudo que ele está vivendo hoje é por mérito dele. Ele trabalhou com grandes treinadores, Mano e Tite, e absorveu bem. Ele tinha uma ideia de jogo, mas absorveu algumas coisas. Ele é detalhista e observador. Muito leal também com os atletas. Os jogadores gostam disso. Além da competência tem esse lado também", finalizou.

FICHA TÉCNICA

CORINTHIANS x CRUZEIRO

Data: 14 de junho de 2017, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Competição: Campeonato Brasileiro (7ª rodada)
Local: Arena Corinthians, em São Paulo
Árbitro: Leandro Vuaden (RS)
Assistentes: José Eduardo Calza e Maurício Coelho da Silva Pena (ambos RS)

CORINTHIANS: Cássio; Paulo Roberto, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Marquinhos Gabriel, Jadson e Romero; Jô. Técnico: Fábio Carille.

CRUZEIRO: Fabio; Ezequiel, Léo, Murilo e Diogo Barbosa; Lucas Romero, Henrique e Ariel Cabral; Thiago Neves, Ramon Ábila e Rafinha. Técnico: Mano Menezes.