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De melhor a pior mandante: 3 razões de risco para o Atlético no tabu com SP

Atlético ainda não venceu em casa no Brasileirão e conta com tabu contra o São Paulo - Rubenss Chiri/SPFC
Atlético ainda não venceu em casa no Brasileirão e conta com tabu contra o São Paulo Imagem: Rubenss Chiri/SPFC

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

19/06/2017 17h11

Tricampeão mundial, hexa do Brasil, terceiro faturamento do País: o São Paulo tem um lastro vitorioso, mas quando se trata de Arena da Baixada, não há currículo ou elenco que resista ao Caldeirão do Atlético Paranaense. Foi assim nos melhores anos do Tricolor, nas últimas três décadas e meia, mesmo que o Furacão não passasse seu melhor momento.

Desta vez, porém, o atleticano tem algo a se preocupar. A mística da Arena não tem sido o suficiente para manter o time nos primeiros lugares no Brasileirão e nem mesmo para a boa participação na Libertadores, onde é o melhor visitante, ao lado do River Plate. Melhor mandante do Brasileirão 2016 com aproveitamento de 84,2% dos pontos em casa (48), o Atlético ainda não venceu na Arena em três jogos. As derrotas para Grêmio e Santos e o empate com o Flamengo colocam o time como o pior mandante do atual Brasileirão, com apenas 11,1%. No ano, o retrospecto também é abaixo do ideal: são 18 jogos em casa, com 7 vitórias, 7 empates e 4 derrotas, entre Libertadores, Brasileirão, Copa do Brasil e Paranaense.

O que prevalecerá? O tabu de 35 anos sem vitória são-paulina em Curitiba, com a última sendo no Couto Pereira, ou a má fase atleticana em seu caldeirão? O UOL Esporte tenta antecipar.

Sintético desmistificado

Muito se falou sobre o trunfo da grama sintética a favor do Atlético por conta da boa campanha de 2016. O assunto morreu em 2017 quando 11 equipes desafiaram o Furacão em sua Arena e se saíram bem. Clubes dos mais variados tamanhos, desde o pequeno PSTC (2 a 2), o surpreendente Deportivo Capiatá (3 a 3), o eterno rival Coritiba (0 a 3) ou o time do Papa Francisco, o San Lorenzo (0 a 3) chegaram e jogaram bola na Baixada.

A qualidade da grama permite que times técnicos e velozes joguem seu melhor futebol, independentemente de adaptação. "É um terreno agradável de se jogar, onde a bola corre com perfeição. Não é desculpa”, analisou o técnico do Flamengo, Zé Ricardo, que nos últimos três jogos em Curitiba conseguiu dois empates.

Desempenho defensivo

Ao contrário da grama sintética, quem conduziu o Atlético à classificação para a Copa Libertadores foi a defesa do time, então formada por Weverton, Léo, Paulo André, Thiago Heleno e Sidcley. O time levou 32 gols em 38 rodadas e teve o melhor desempenho na Série A, ao lado do Palmeiras. Para 2017 uma mudança significativa, que começou no meio campo: o volante Hernani foi para o Zenit da Rússia e diminuiu o poder de marcação da defesa. Léo (25 anos) foi para o Coritiba após um rompimento com o departamento de futebol atleticano e a idade da zaga aumentou: Jonathan (31 anos) assumiu a vaga. O time perdeu em velocidade de cobertura com uma defesa formada por três atletas acima dos trinta anos e um lateral-esquerdo que participa muito do ataque e que aos poucos migra para o meio campo.

São 42 gols sofridos em toda a temporada, 13 deles no Brasileirão. O técnico Eduardo Baptista, no entanto, promoveu uma modificação nos últimos dois jogos e o time não sofreu gols. Wanderson, 26 anos, entrou no lugar de Paulo André nas vitórias sobre Atlético-MG e Atlético-GO por 1 a 0.

Calendário cheio

A boa campanha de 2016 deixou um preço para o Atlético: jogar. Envolvido em quatro competições na temporada até aqui, o time foi um dos que mais atuou na temporada, indo para o duelo contra o São Paulo para fazer seu 38º jogo na temporada. O São Paulo, por exemplo, atuará pela 33ª vez no ano, cinco jogos a menos. Daí a origem do rodízio de jogadores no time.

Quem mais atuou no ano até aqui foi Matheus Rossetto, com 32 partidas. Poupado em boa parte do Estadual, o índice de partidas dos titulares atleticanos é similar aos de rivais que atuaram menos, como o Coritiba (27) ou Grêmio (33). Jonathan, por exemplo, atuou em 20 jogos, mesmo índice de Pedro Geromel ou Alan Santos, atletas mais jovens. O custo também é visto no departamento médico. Jogadores como Carlos Alberto, Pablo e Grafite passaram pelo DM mais de uma vez na temporada.