Topo

Fla investiu R$ 12 milhões na Ilha, mas lucro só será visto em 2018

O Flamengo fará o segundo jogo no estádio Ilha do Urubu contra a Chapecoense - Thiago Ribeiro/AGIF
O Flamengo fará o segundo jogo no estádio Ilha do Urubu contra a Chapecoense Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Rodrigo Mattos e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/06/2017 04h00

O Flamengo faz, nesta quinta-feira (22), às 21h (de Brasília), a segunda partida na Ilha do Urubu. A expectativa é de mais um bom público no duelo contra a Chapecoense, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Apesar da aposta no ganho técnico com uma espécie de “caldeirão” montado, o clube só terá lucro com o reformado estádio da Portuguesa a partir de 2018, mesmo o Rubro-negro tendo investido ao menos R$ 12 milhões no local.

A conta é estimada pelos responsáveis. Os jogos na Ilha têm previsão de receita líquida entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. Com isso, serão necessárias pelo menos 40 partidas para recuperar o investimento e passar a lucrar, algo previsto para o primeiro semestre do ano que vem. O estádio Ilha do Urubu é uma novidade em todos os aspectos. Valores de operação das partidas estão em estudo, assim como outros custos que devem ser reduzidos no decorrer da atual temporada.

“O foco na Ilha foi absolutamente esportivo. O retorno financeiro é o aspecto seguinte. Seriam aproximadamente 40 jogos para recuperar o que gastamos. É uma conta preliminar, pois existem inúmeras variáveis. O tempo exato de retorno é difícil precisar, mas o que já dá para cravar é que um jogo no estádio é alternativa infinitamente superior ao Maracanã nas condições atuais. A Ilha nos dá a viabilidade de mandar os jogos sem prejuízo”, explicou o diretor de novos negócios do Flamengo, Marcelo Frazão.

Inicialmente, a diretoria avaliou que a importância de ter uma casa seria maior para os resultados do time do que no aspecto econômico, também contemplado com otimismo por conta dos altos custos para jogar no Maracanã.

Os dirigentes rubro-negros entendem que o estádio serve como uma apólice de seguro contra a instabilidade da relação com a Odebrecht no Maracanã, garantindo um gramado de primeira linha para o time atuar. Haverá ainda a possibilidade de realizar partidas maiores no principal palco do futebol brasileiro desde que sejam viáveis financeiramente. Para isso, se faz necessário um público garantido de pelo menos 45 mil torcedores - a capacidade da Ilha do Urubu é de 20.215.

A avaliação da diretoria do Flamengo é que, para 2018, poderá preparar um plano com venda de ingressos para a temporada, exploração de naming rights e outras propriedades de marketing na Ilha do Governador. Com isso, espera aumentar as receitas do local. Os custos de momento, inclusive, não são considerados reais em razão de o estádio vivenciar experiências em todos os aspectos. O lucro de apenas 30,35% da receita na estreia contra a Ponte Preta - pouco mais de R$ 246 mil - contemplou a primeira etapa do processo.

“A operação da estreia foi superdimensionada. Precisávamos de gente para a margem de erro. Tivemos orientadores de trânsito em um compromisso com a prefeitura. O custo disso pode ser de até R$ 55 mil por jogo. Algumas despesas devem ser reduzidas para que a receita cresça. Hoje, o percentual da renda não nos preocupa. O que mais importa é que a Ilha é extremamente positiva em relação ao Maracanã”, afirmou Frazão, sem esquecer do valor dos ingressos para a sequência da temporada e no ano de 2018.

“Já percebemos que a ocupação do setor Oeste foi baixa e reduzimos o valor para igualá-lo aos setores Sul e Leste a partir do jogo contra o Santos pela Copa do Brasil. Se fala muito no valor médio do ingresso, mas não é uma questão real. Existe uma diferença muito grande entre os preços praticados e o que de fato se paga. A média do Flamengo é de aproximadamente R$ 50, R$ 55. Você tem bilhetes de R$ 160, R$ 300, mas não é isso que entra em caixa. Tem meia-entrada, sócios-torcedores. Isso está em estudo, porém, é fato que o nosso ticket médio está muito longe de ser o mais caro do Brasil. Estamos em fase de entendimento de todo o processo da Ilha. É um período experimental para encontrarmos a precificação correta”, concluiu o diretor. 

FLAMENGO X CHAPECOENSE

Data/hora: 22/06/2017, às 21h (de Brasília)
Local: Ilha do Urubu, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Leandro Bizzio Marinho (SP)
Auxiliares: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Miguel Cataneo da Costa (SP)

Flamengo
Thiago; Rodinei, Réver, Juan (Rhodolfo) e Trauco; Márcio Araújo, Cuéllar (Willian Arão) e Diego; Vinicius Júnior, Everton e Guerrero
Técnico: Zé Ricardo

Chapecoense
Jandrei; Apodi, Luiz Otávio, Victor Ramos e Reinaldo; Andrei Girotto, Luiz Antonio e Seijas; Arthur, Rossi e Wellington Paulista
Técnico: Vagner Mancini