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Artilheiro em 2016, Robinho cai de rendimento e deixa de ser inquestionável

Robinho jogou mal contra o Jorge Wilstermann e foi substituído no intervalo - David Mercado/Reuters
Robinho jogou mal contra o Jorge Wilstermann e foi substituído no intervalo Imagem: David Mercado/Reuters

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

07/07/2017 04h00

Nenhum jogador fez mais gols no Brasil em 2016 que Robinho. No primeiro ano vestindo a camisa 7 do Atlético-MG, o atacante marcou 25 vezes e conseguiu um feito inédito e até certo ponto surpreendente, afinal de contas a carreira do jogador nunca foi marcada por brigas por artilharias. O bom ano fez ele até retornar à seleção brasileiro, em janeiro, como capitão de Tite no amistoso com a Colômbia, disputado no Rio de Janeiro. Só que isso se provou um problema. 

Nos minutos finais do primeiro tempo, Robinho levou uma pancada nas costas do lateral Farid Díaz e teve de deixar a partida durante o intervalo. O atacante teve uma lesão semelhante à de Neymar durante a Copa do Mundo de 2014. Assim, Robinho perdeu os primeiros jogos do Atlético no ano, estreando apenas em 19 de fevereiro, quando entrou durante o segundo tempo na goleada por 4 a 1 sobre o América-MG, pela quarta rodada do Campeonato Mineiro.

Capitão da seleção no amistoso, Robinho cumprimenta o zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel antes da partida - REUTERS/Ueslei Marcelino - REUTERS/Ueslei Marcelino
Robinho foi capitão no seu 100º jogo pela seleção brasileira, em janeiro
Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino

Ao todo, já são 28 partidas na temporada 2017. Mas o rendimento em nada lembra aquele atacante decisivo do ano anterior. São apenas sete gols, somadas às atuações muito abaixo do esperado. O último jogo, por exemplo, contra o Jorge Wilstermann, Robinho errou praticamente tudo o que tentou durante o primeiro tempo e nem sequer voltou para a etapa final.

Considerando o mesmo número de jogos, em 2016 Robinho já somava 16 gols em 28 jogos. Seria o calendário brasileiro o grande vilão para o jogador atleticano? Aos 33 anos, o atacante do Atlético um dos jogadores que mais se queixam da maratona de partidas. Desde o intervalo entre a final o Mineiro, em 7 de maio e a estreia do Brasileirão, que para o Atlético foi em 13 de maio, o técnico Roger Machado não sabe o que é ter uma semana inteira de treinamentos.

Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Libertadores. São os compromissos do Atlético, que ainda tem pelo menos uma partida pela Primeira Liga, para ser disputada em breve, contra o Internacional. Com tantos jogos e pouca produção, Robinho já é bastante questionado pela torcida pela imprensa. Tanto que na partida com o Botafogo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, alguns atleticanos chegaram a vaiar quando o telão do estádio mostrou a foto do jogador anunciou seu nome na escalação.

Curiosamente, o duelo com o Botafogo foi um dos melhores de Robinho no ano. Poupado do jogo anterior, contra a Chapecoense, o camisa 7 foi determinante no triunfo por 1 a 0. Foi dele o passe para o gol de Cazares. “Você tem um tempo para descansar, então pode acelerar mais o jogo sem sentir o cansaço” comentou Robinho, reforçando que a sequência de jogos tem exigido ainda mais quando está em campo.

“A gente faz todos os trabalhos possíveis para estar preparado e jogar. Claro que quando tem um descanso, a probabilidade do seu rendimento melhorar é maior”.

Robinho foi substituído em 77% dos jogos

Valdívia entrou no lugar de Robinho, no empate com o Palmeiras - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Robinho deu lugar a Valdívia no empate sem gols com o Palmeiras, pelo Brasileirão
Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

A derrota para o Jorge Wilstermann, pelas oitavas de final da Libertadores, foi o terceiro jogo do Atlético em menos de uma semana. A equipe vinha dos confrontos com Botafogo e Cruzeiro, que aconteceram na quinta e domingo anteriores, respectivamente. Talvez seja uma explicação para o rendimento tão ruim de Robinho em Cochabamba. Foram somente 45 minutos em campo e substituição por Valdívia.

Algo que tem se tornado uma rotina com Robinho atuando. Dos 28 jogos que disputou em 2017, atacante foi titular em 26 e apenas em seis oportunidades ele atuou durante os 90 minutos. Portanto, Robinho foi substituído em 77% das partidas começou jogando nesta temporada. Número que ganha ainda mais destaque se comparado com 2016. No ano passado foram 55 jogos pelo Atlético, sendo 45 como titular. Desses, Robinho completou o jogo em 22 oportunidades, o que dá 48%, bem mais do que o dobro dos 23% de 2017.