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Críticas, veto e drama familiar. Gringo do Cruzeiro vive inferno astral

Kunty Caicedo vive momento bastante conturbado com a camisa do Cruzeiro - Washington Alves / Cruzeiro
Kunty Caicedo vive momento bastante conturbado com a camisa do Cruzeiro Imagem: Washington Alves / Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

08/07/2017 04h00

Kunty Caicedo vive um inferno astral na Toca da Raposa II. Contratado por 1,6 milhão de dólares (cerca de R$ 5 milhões à época) do Independiente Del Valle, do Equador, o zagueiro recebe críticas frequentes da torcida e enfrenta um grave problema pessoal.

As falhas cometidas nos empates contra Grêmio e Palmeiras e no revés para o arquirrival Atlético-MG, aliadas ao mau momento da equipe em 2017, culminaram em protestos por parte das organizadas. O defensor foi um dos alvos dos manifestantes em ambos os casos.

"Jogar com Caicedo é jogar com menos um", dizia um dos cartazes contrários à permanência do equatoriano entre os titulares no protesto da última quarta-feira. Na segunda, uma faixa pedia a saída do defensor: "Fora Léo, Mano, Gilvan, Caicedo".

Os pedidos feitos pelos torcedores foram parcialmente atendidos. Léo, Mano e Gilvan de Pinho Tavares permanecem, mas Kunty Caicedo foi barrado pela comissão técnica nos treinamentos desta semana.

Nas atividades que antecederam a partida contra o Palmeiras, o gringo cedeu a sua vaga na equipe ao jovem Murilo Cerqueira e passou a atuar entre os suplentes. A mudança foi uma opção da comissão técnica para poupar o atleta de críticas e vaias no jogo que ocorre neste domingo (8), no Mineirão.

Os problemas de Kunty Caicedo não se limitam às quatro linhas. O equatoriano também precisa superar os obstáculos da vida pessoal. A mãe do atleta, Carmen Medina, sofre de câncer e faz tratamento desde o início do ano. Há uma semana, o técnico Mano Menezes se pronunciou sobre o fato:

“A gente cuida de todos os detalhes dentro de um clube de futebol. Esse não é um assunto dos últimos dias. Muito pelo contrário: o Caicedo, quando foi pela última vez para a Seleção Equatoriana, foi liberado por dois dias a mais para, antes do retorno, passar na casa de sua mãe, fazer visita e ficar mais tranquilo. Para nós era um assunto superado, embora, no campo pessoal, seja um assunto que vá perdurar pela característica da enfermidade de sua mãe. Estamos dando todo o apoio e tenho certeza que ele está em condições de fazer a continuidade de sua profissão”, disse na ocasião.

O treinador crê ainda que as recentes atuações do zagueiro não têm ligação com o problema pessoal.

“Todos nós passamos por problemas pessoais, e o futebol é um pouco duro quanto a isso. Ele toma a vida da gente, pois precisamos nos dedicar integralmente aqui. Mas o torcedor do Cruzeiro pode ficar tranquilo, pois não é esse o problema que está relacionado com isso e aquilo com o sistema defensivo, embora a gente respeite todas as questões pessoais”, completou.