Real Madrid x 4ª força? Previsão não se mantém em Palmeiras e Corinthians

Palmeiras e Corinthians se encontram nesta quarta-feira, no Allianz Parque, em situações bem diferentes do que se previa no início do ano. Sorte de um, azar do outro.

Apontado como "Real Madrid das Américas", o Alviverde ainda não embalou em 2017 e tropeça nas próprias pernas na hora de justificar o investimento milionário feito para esta temporada. Do outro lado, os corintianos não se abalaram com o rótulo de quarta força do Estado e deram a volta por cima com o título do Paulista e a liderança invicta no Brasileiro até agora, mesmo com pouca grana em caixa.

Mas o que aconteceu com o Palmeiras?

Borja ainda não deu certo

O Palmeiras, Cuca, a torcida e a Crefisa. Todos queriam a chegada de Miguel Borja. Os R$ 35 milhões investidos no colombiano, no entanto, não significaram retorno garantido. Pelo contrário. A equipe sofre com a irregularidade de seu atacante e voltou ao mercado em busca de um novo camisa 9. Enquanto isso, Willian precisa quebrar o galho, mas não é visto como atleta ideal para a posição.

Troca de comando

Outra aposta errada para 2017 foi a escolha de Eduardo Baptista. O técnico não resistiu ao primeiro momento de turbulência e foi demitido, apesar dos mais de 60% de aproveitamento dos pontos disputados. Em seu lugar, voltou Cuca. Comemorado como grande reforço para a temporada, o técnico ainda não conseguiu fazer sua equipe ser competitiva como foi em 2016, no título do Brasileirão.

Pilares de 2016 não funcionam

No ano passado, Cuca se apoiava em três jogadores para fazer a sua equipe jogar muita bola. Gabriel Jesus era um deles: vendido para o Manchester City, ele deixa saudades até agora na torcida. Tchê Tchê era outro. O volante, no entanto, ainda não conseguiu chegar no mesmo nível que o colocou entre os premiados como melhor da temporada. Moisés, por fim, era outro que comandava o meio-campo alviverde. Machucado, ele praticamente não entrou em campo neste ano.

Cadê as laterais?

O Palmeiras fala muito de buscar um camisa 9, mas ainda não conseguiu se firmar nem mesmo nas laterais. Jean, que vinha sendo usado na direita, está com problemas crônicos no joelho. Fabiano não consegue a confiança da torcida e da comissão técnica, enquanto Mayke mostrou que ainda tem muito a evoluir na hora de marcar. Do outro lado, Zé Roberto e Egídio se revezam em atuações com nível técnico baixo e só não são descartados porque o teste com Juninho ainda não deu certo.

E do outro lado? O que deu de tão certo no Corinthians?

Apostas certeiras que ajudaram a arrumar a defesa

Sem dinheiro para contratar, o Corinthians optou por dois jogadores que o mercado do Brasil não olhava com atenção em janeiro. O maior investimento foi em Gabriel, enfim a reposição que o clube esperava ter para Ralf, e que custará algo em torno de R$ 6,5 milhões - a compra está atrasada. Além disso, o zagueiro Pablo chegou por empréstimo gratuito sem alarde e se tornou titular absoluto e destaque quase imediatamente. Peças melhores e o trabalho de Fábio Carille devolveram estabilidade à equipe.

Um goleador livre no mercado

A aquisição de Jô produziu muitas críticas a Roberto de Andrade, que assinou com o centroavante em outubro do ano passado. Embora ele estivesse livre após deixar a China, os custos com luvas e comissões devem ultrapassar R$ 2 milhões, o que colocou pressão sobre o reforço. Mas, no fim das contas, não saiu tão caro. Com o longo período de preparação, ele engrenou na equipe já a partir de fevereiro e soma 14 gols no ano - mais que qualquer palmeirense. A aquisição de Jadson, aliás, foi fechada em condições contratuais semelhantes e também tem se mostrado importante.

A solução para o banco estava em casa

O Corinthians terminou 2016 com a obrigação de pagar dois salários ao demitido Oswaldo de Oliveira. Antes disso, sofreu com Cristóvão Borges, de quem esperava justamente que pudesse dar sequência às ideias deixadas por Tite na comissão técnica. No fim, depois ainda de tentativas com Guto Ferreira, Dorival Júnior e Reinaldo Rueda, apostou em Fábio Carille. Mais barato que todos os cotados, o ex-auxiliar aproveitou divisões de base, recuperou a essência do time e alcançou grande aproveitamento, além do título paulista até aqui.

Base e simplicidade para compor elenco

Carille comprou a ideia da direção do clube em aproveitar jovens da base, casos dos titulares Arana e Maycon, e de reservas como Pedrinho, Pedro Henrique e Léo Príncipe, entre outros. Preparados durante muito tempo, todos deram respostas positivas na maioria das vezes, inseridos dentro de um contexto de equipe que funciona. Reforços baratos também agregaram, caso do ex-patinho feio Paulo Roberto (custo zero), do turco Kazim (custou R$ 800 mil), ainda que muito criticado pela torcida, e do recentemente contratado Clayson (R$ 4 milhões).

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS x CORINTHIANS

Data: 12 de julho de 2017, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Competição: Campeonato Brasileiro (13ª rodada)
Árbitro: Leandro Vuaden (CBF-RS)
Auxiliares: Jose Eduardo Calza e Mauricio Coelho Silva Penna (ambos RS)

PALMEIRAS: Fernando Prass; Mayke (Bruno Henrique), Yerry Mina, Luan e Egídio (Juninho); Thiago Santos, Tchê Tchê e Alejandro Guerra; Roger Guedes, Willian e Dudu. Treinador: Cuca.

CORINTHIANS: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon, Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô. Treinador: Fábio Carille