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Cuca completa dois meses, sofre com desempenho e vê Palmeiras emperrar

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

13/07/2017 04h00

Cuca completa, nesta quinta-feira (14), dois meses de trabalho desde o seu retorno ao Palmeiras. Se chegou com o rótulo de estrela e salvador da pátria, hoje, fecha a 13ª rodada do Brasileirão da forma mais melancólica possível. O técnico viu sua equipe perder a invencibilidade de um ano dentro de casa justamente para o arquirrival, que ainda disparou na liderança do Brasileiro. Mais do que isso, o técnico admitiu o que os palmeirenses não queriam ouvir: "não consigo achar um time titular".

Em 60 dias, ele comandou o Alviverde por 18 jogos e tem apenas 48% de aproveitamento: são oito vitórias, oito derrotas e dois empates. E pior: a equipe não mostra perspectiva de melhora.

Quando foi demitido, Eduardo Baptista deixou o clube com quase 70% dos pontos conquistados, sob a desculpa que o time não apresentava um futebol convincente. O comando foi trocado, mas o problema continua.

Cuca passou pela fase que chamou de "laboratório" e não encontrou os seus 11 ideais. Na coletiva após a derrota no clássico, citou até mesmo uma eventual troca no gol, a única posição que teve o mesmo titular em todas as ocasiões.

Nas outras dez, testou de tudo: Mina virou atacante; Roger Guedes atuou como lateral; Dudu jogou como volante; Felipe Melo já foi zagueiro; Tchê Tchê já esteve como lateral e volante; Zé Roberto foi testado como lateral e meia...

Enquanto fazia seu laboratório, repetia insistentemente que precisava de mais um atacante para fazer sombra a Borja. A característica ideal era ter a mobilidade necessária para poder ajudar o time na marcação: Diego Souza, do Sport, e Richarlison, do Fluminense, foram as principais tentativas. A realidade foi a contratação de Deyverson, do Alavés.

O treinador ainda evita criticar de forma individual, mas não consegue firmar nenhum lateral, especialmente após as dores crônicas no joelho que afastaram Jean. Mayke, Fabiano e Tchê Tchê não conseguem ir bem pela direita. Do outro lado, Zé Roberto, Egídio e Juninho seguem em um revezamento sem fim.

No aspecto coletivo, o Palmeiras passou a apresentar mais jogadas ensaiadas nas bolas paradas, mas se limita a isso. A maior "novidade" no plano tático é ter Mina como seu camisa 10 e 9. "As pessoas reclamam que eu coloco o Mina de atacante e vou continuar colocando quando precisar", explicou.

Cuca reclamou bastante que não tem tempo para treinar e sinalizou que abriu mão da disputa do título do Brasileirão. O Nacional agora deve servir de testes para o comandante encontrar uma formação ideal para os dois próximos compromissos que definirão 2017: Cruzeiro, pelas quartas de final da Copa do Brasil, no dia 26 de julho, e Barcelona-EQU, pelas oitavas de final da Libertadores, no dia 9 de agosto.