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Com intervenção de Eurico no STJD, Vasco é punido com perda de 6 mandos

Presidente Eurico Miranda fala durante julgamento do Vasco no STJD - Bruno Braz/UOL
Presidente Eurico Miranda fala durante julgamento do Vasco no STJD Imagem: Bruno Braz/UOL

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/07/2017 15h34

Eurico Miranda foi e não se contentou em apenas observar. Falou, gritou, se exaltou, mas não conseguiu livrar o Vasco da perda de seis mandos de campo, na primeira instância do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por conta dos graves incidentes ocorridos no clássico contra o Flamengo, dia 7 de julho, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. A liminar de interdição do estádio segue mantida. O clube também levou uma multa de R$ 75 mil e o Rubro-Negro, R$ 5 mil. Nos dois casos, cabe recurso no Pleno e a procuradoria já avisou que irá recorrer.

A tendência é a de que o Cruzmaltino cumpra a punição no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), mas não está descartada também a possibilidade de mandar alguns jogos fora do estado do Rio de Janeiro.

A defesa vascaína teve como principal tese apontar falhas no esquema de segurança do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) no dia da partida.

Paulo Rubens Máximo, advogado que representou o Cruzmaltino, solicitou que parte do tempo da sustentação fosse usado com o depoimento de Eurico Miranda. E o presidente do clube disparou contra a Polícia Militar:

“Ela (PM) foi a causadora da tragédia. Como se atira bomba indiscriminadamente no meio da torcida? Atirou nas crianças, nos idosos. Chegando ao ponto de um (policial) se vangloriar que atirou. Isso não se leva em consideração. O Vasco é o maior interessado em que se apure rigorosamente. Foi o primeiro a ingressar na delegacia. O Vasco tem câmeras, laudos... Interessa à PM ver isso? Não. Foi fornecido tudo à delegacia. Querer atribuir ao Vasco, dizer que tem ligação com sua torcida, pelo amor de Deus”.

O Vasco anexou como provas fotos de possíveis torcedores que participaram da baderna identificados, imagens de candidatos de oposição com membros de organizadas, postagens de opositores nas redes sociais supostamente incitando à violência, além de laudos técnicos que garantiam a realização da partida em São Januário.

Após dar seu depoimento, Eurico Miranda deixou a sessão e não quis acompanhar a tese de defesa e os votos.

A denúncia teve como base o artigo 213 do CBJD e seus três incisos (cujo caput é "Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir...").

A procuradoria entende que o Vasco não preveniu desordens em sua praça de desporto (inciso I) e lançamento de objetos no campo (inciso III). Mas como "só" houve tentativa de invasão ao campo e não a invasão completa (inciso II do artigo ), pede metade da pena. Só no 213 já se chega ao máximo de 25 jogos e R$ 250 mil de multa.

Mas a denúncia ainda trazia mais um artigo, o 211: "Deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infraestrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização.". A pena prevista é multa de até R$ 100 mil. Ou seja, conclui-se o somatório com o resultado de R$ 350 mil de pena pecuniária máxima ao Gigante da Colina.

O torcedor Davi Rocha morreu baleado no lado de fora do estádio após o clássico. Porém, o STJD analisou nesta segunda-feira somente os fatos ocorridos dentro de São Januário. É o limite da competência do tribunal. A morte do vascaíno é investigada pela Delegacia de Homicídios.
 

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