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Ansiedade e obrigação de título mantêm Zé Ricardo pressionado no Fla

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/07/2017 04h00

A sofrida vitória sobre o Coritiba foi fundamental para os planos do Flamengo no Campeonato Brasileiro. O placar de 2 a 1 - com gol de pênalti de Everton Ribeiro nos acréscimos -, no entanto, não apresentou a esperada evolução da equipe. Pelo contrário. O Rubro-negro segue com dificuldades de desenvolver o jogo, panorama que mantém o técnico Zé Ricardo pressionado e como o principal alvo da torcida.

O Flamengo, mais uma vez, se mostrou desorganizado, principalmente após o gol de empate do Coxa no começo do segundo tempo. Mais uma falha da defesa, assim como já ocorreu nos recentes tropeços contra Cruzeiro e Palmeiras.

A ansiedade em se recuperar no Campeonato Brasileiro e a obrigação de conquistar um título de expressão na temporada também cobraram um preço alto na partida. A bola “queimou” nos pés dos jogadores em diversas oportunidades. Com nomes importantes poupados, casos de Diego, Réver e Everton, coube ao time tentar se reinventar em meio ao desespero dos jogos em casa quando as coisas não vão lá muito bem.

Zé Ricardo comanda o Flamengo em jogo contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Zé Ricardo comanda o Flamengo contra o Coritiba. O técnico segue pressionado
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
Zé Ricardo fez alterações preocupado com o desgaste físico e pela importância do confronto de quarta-feira (26), contra o Santos, pela Copa do Brasil. Para o Rubro-negro, que lida com a necessidade de vencer um grande título em 2017, confirmar a vaga nas semifinais é questão obrigatória para manter a meta viva e o departamento de futebol intacto.

São aspectos delicados que Zé Ricardo lida em um momento de definições no Flamengo. O técnico sofre pressão desde a eliminação precoce na Copa Libertadores e está longe de ser unanimidade no clube. Por outro lado, conta com o respaldo do trio que comanda o futebol, formado pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, pelo diretor-geral Fred Luz e pelo executivo Rodrigo Caetano.

Mas é fato que a performance distante do investimento realizado incomoda. O Flamengo falhou nos confrontos diretos contra Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras e sofreu para bater um Coritiba que briga na parte de baixo da tabela. Foi necessário um pênalti infantil do zagueiro em Vinicius Júnior para isso. Coube ao meia Everton Ribeiro aliviar técnico e torcida.

“A ansiedade atrapalha um pouco. O gol cedo do Coritiba tirou a tranquilidade. Foi um momento crítico. O adversário teve oportunidades, mas depois nos equilibramos emocionalmente e controlamos o jogo. Tivemos bola na trave, gol anulado e chegamos ao gol da vitória”, explicou Zé Ricardo.

Apesar de comemorar o resultado, a torcida demonstrou mais uma vez a insatisfação. O treinador deixou o gramado aos gritos de “Fora, Zé Ricardo” e diante de algumas vaias. Nem todos os torcedores concordaram, mas o panorama deixou de ser leve nos últimos jogos do Flamengo na Ilha do Urubu.

As emoções estão à flor da pele. Um exemplo ocorreu após os 25min do segundo tempo. Com o placar em 1 a 1, a segurança foi reforçada na área das cabines e camarotes, locais com presenças de dirigentes. O clube tomou cuidado para evitar possíveis manifestações violentas em caso de novo tropeço.

Na mesma área, porém, o presidente Eduardo Bandeira de Mello era chamado de “melhor do Brasil” no intervalo, poucos minutos antes da movimentação. Com a vitória, os seguranças se retiraram aos poucos e mantiveram a atenção.

Na panela de pressão rubro-negra, uma vitória diminui a intensidade do fogo, mas não apaga os ânimos. Principalmente quando se tem um dos considerados melhores elencos do Brasil e a obrigação de triunfar. Zé Ricardo que o diga.