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F. Melo vira a 5ª peça que não se encaixa com Cuca; só Dudu se "salva"

Lucas Barrios Grêmio - Lucas Uebel/Grêmio FBPA - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Lucas Barrios se "encaixou" no estilo do Grêmio e já soma 15 gols na temporada
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

30/07/2017 04h00

Felipe Melo e Cuca não se entenderam, pelo menos dentro de campo, segundo versão apresentada pelo próprio treinador na noite do último sábado, depois da vitória por 2 a 0 sobre o Avaí, no Allianz Parque. O meio-campista, uma das contratações mais badaladas do atual campeão nacional para a temporada, se tornou mais uma “vítima” dos ideais táticos do treinador e acabou liberado para procurar outro clube.

Desde o ano passado, quando Cuca assumiu o comando do Palmeiras, foram pelo menos cinco casos de atletas renomados que não se encaixaram ao modelo de jogo proposto pelo treinador. Apenas o meia Dudu, até criticado publicamente, se recuperou e virou fundamental para a equipe – hoje, ostenta a faixa de capitão do Palmeiras.

Cuca escalou Dudu mais recuado no clássico contra o São Paulo disputado em maio do ano passado. O meio-campista pouco produziu e acabou questionado pelo comandante; o meia chegou a rebater ao dizer que “não entendia” a opinião do treinador.

Posteriormente, Dudu assumiu a função de atuar pelo lado esquerdo do ataque e ajudar na pressão da saída de bola dos rivais. Neste setor, o camisa 7 encaixou, subiu de rendimento e virou fundamental para a conquista do Campeonato Brasileiro. O meia se readaptou e hoje é peça-chave para um bom desempenho palmeirense.

Assim como Dudu, outro nome importante no título da Copa do Brasil de 2015 se tornou descartável para Cuca no ano passado. Hoje artilheiro no Grêmio com 15 gols na temporada, Lucas Barrios esbarrou na preferência de Cuca por um centroavante de maior mobilidade, como Gabriel Jesus em 2016 e, atualmente, Deyverson.

O treinador chegou a justificar a não escalação de Barrios por questões de mercado. Para a Rádio Bandeirantes, Cuca disse que propostas da China surgiram pelo atacante, que prontamente negou qualquer contato do futebol oriental. No Palmeiras, o paraguaio também sofreu com lesões que atravancaram um melhor desempenho.

Ainda na posição de centroavante, Miguel Borja também encara uma realidade semelhante à passada por Barrios. Investimento mais caro para 2017, o colombiano se tornou reserva sob o comando de Cuca, que prefere o jogo de Willian e do recém-chegado Deyverson, que anotou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Avaí.

Na análise de pessoas do próprio clube, Borja possui pouco comprometimento defensivo – caso da pressão sobre os zagueiros rivais – e dificuldade para atuar mais longe da área. O colombiano, badaladíssimo ao chegar, atualmente é apenas a terceira opção para a posição.

Dentro do mesmo elenco, Michel Bastos também perdeu espaço por não possuir características consideradas fundamentais por Cuca para atuar aberto no meio-campo. O treinador gosta de pontas velozes e comprometidos em também ajudarem os laterais.

Como opções a Róger Guedes e Dudu, Keno – veloz e mais incisivo que Michel Bastos – é a principal alternativa no elenco. Mais centralizado, na vaga de Guerra – outra possível posição para o camisa 15 -, Raphael Veiga foi quem entrou contra o Avaí e aparece como o primeiro substituto.

Já na lateral, posição na qual Michel entrou contra o Flamengo, Cuca tem Egídio dentro do “time ideal” e Juninho, zagueiro de origem, mas que atua aberto se necessário. Desta forma, o experiente jogador, que defendeu a seleção brasileira com Felipe Melo na Copa de 2010, perdeu espaço dentro do elenco palmeirense.