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Atlético vira o turno do fora da zona da Libertadores. Algo raro desde 2012

O Atlético-MG, de Elias, precisa de desempenho acima de 60% para chegar à Libertadores via Brasileirão - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
O Atlético-MG, de Elias, precisa de desempenho acima de 60% para chegar à Libertadores via Brasileirão Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

03/08/2017 16h01

A derrota para o Corinthians, por 2 a 0, no Mineirão, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro foi a sexta do time alvinegro como mandante. O resultado faz o clube passar por algo diferente do que se acostumou nas últimas temporadas. Entre 2012 e 2016, apenas em 2014 que o Galo não entrou no segundo turno entre os clubes classificados para a Copa Libertadores do ano seguinte, pelo Brasileirão ou pela própria competição continental.

Com 23 pontos e cinco atrás do Sport, atual sexto colocado, Atlético só pode chegar a 26 pontos, caso derrote o Grêmio, neste domingo, às 16h, em Porto Alegre. Mas com uma diferença tão grande para o G6, nem mesmo um triunfo fora de casa é o suficiente para colocar o Atlético dentro da zona de classificação à Libertadores de 2018.

Nos últimos cinco anos, apenas em 2014 que o Galo não entrou o segundo turno com vaga encaminhada para a Libertadores. Naquele ano, após a troca de comando técnico, com a saída de Paulo Autuori e a entrada de Levir Culpi, o time oscilou em algumas rodadas e após a 19ª rodada estava sétima coloca, com 30 pontos, dois atrás do Corinthians, então o quarto colocado. Porém, o time reagiu na segunda parte da temporada e conquistou uma vaga na Libertadores de 2015, ao ser campeão da Copa do Brasil.

A melhor campanha do Galo num primeiro turno do Brasileirão foi em 2012, quando ficou em primeiro lugar, com 43 pontos conquistados. Nas duas últimas temporadas, o clube mineiro ficou em segundo após a primeira parte da competição. Foram 36 e 35 pontos conquistados em 2015 e 2016, respectivamente.

Em 2013 o Atlético também foi para o segundo turno fora do grupo de classificados para a Libertadores via Campeonato Brasileiro. No entanto, o clube mineiro já estava garantido na edição seguinte do torneio, pois era o atual campeão continental. Um dos motivos que explicam o pior desempenho atleticano num primeiro turno desde 2013.

Envolvido com a disputa da Libertadores, o time treinado por Cuca estava focado na disputa continental. Por várias rodadas o Galo jogou com a formação inteiramente reserva ou mesclada. Foram 25 pontos conquistados em 19 jogos. Para não ficar com a pior campanha de primeiro turno nas últimas temporadas, a equipe comandada por Rogério Micale precisa vencer o Grêmio.

Outro caminho para a Copa Libertadores

Jogadores do Jorge Wilstermann comemoram gol de Álvarez contra o Atlético-MG na Libertadores - David Mercado/Reuters - David Mercado/Reuters
Jorge Wilstermann derrotou o Atlético por 1 a 0, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores
Imagem: David Mercado/Reuters

Além do Campeonato Brasileiro, as equipes nacionais têm outras três rotas para o principal torneio de clubes da América do Sul: a própria Libertadores, a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil. Para o Atlético, além do Brasileirão, resta apenas uma alternativa, que é ser campeão continental. Na Copa do Brasil o Galo caiu nas quartas de final, diante do Botafogo. E como está na Libertadores, o Atlético não disputou a Sul-Americana em 2017.

O time alvinegro está nas oitavas de final da Libertadores e enfrenta o Jorge Wilstermann, dia 9, em Belo Horizonte, no jogo da volta. Como perdeu por 1 a 0 no jogo de ida, em Cochabamba, na Bolívia, o Galo precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para chegar às quartas de final. Vitória por 1 a 0 leva a decisão para a disputa de pênaltis. Qualquer outro resultado classifica a equipe boliviana.

Em busca da sexta participação seguida na Libertadores

Em 2017, o Atlético disputa a Copa Libertadores pelo quinto ano seguido. Para emplacar a sexta participação, via Campeonato Brasileiro, o time alvinegro precisa conquistar cerca de 60 pontos. Essa é a pontuação que tem garantido ao menos o sexto lugar no Brasileirão com 20 clubes. A única exceção foi em 2014, quando o Fluminense ficou na sexta colocação com 61 pontos.

Tanto que o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que um clube com 60 pontos tem 99% de chances de disputar a Libertadores do ano seguinte. Partindo desse número, o Atlético precisaria somar 37 pontos em 20 rodadas. Para alcançar essa pontuação, o time de Rogério Micale precisa ter um aproveitamento de 61% dos pontos que disputar.

Desempenho similar ao do Santos até momento. Terceiro colocado no Brasileirão, com 34 pontos conquistados, o time de Levir Culpi tem 63% de aproveitamento. Já o Atlético, que ocupa a 10ª colocação após 18 rodadas, tem apenas 42% de aproveitamento. De acordo com o Departamento de Matemática da UFMG, neste momento a chance de o Atlético disputar a Libertadores do ano que vem via Brasileirão é de 14,6% apenas.

Copas podem diminuir pontuação necessária

No ano passado, o primeiro desde a Conmebol aumento as vagas brasileiras na Libertadores, de cinco para sete, o Atlético-PR foi o sexto colocado, com 57 pontos. E a pontuação para chegar à Libertadores de 2018 pode ser ainda menor, dependendo dos clubes que forem campeões das Copas do Brasil, Libertadores e Sul-Americana. Ao invés de G6, o Brasileirão pode se tornar até mesmo G9.