Efeito Dia dos Pais. Atlético ganha força na busca por vaga na Libertadores

O domingo (13) do Dia dos Pais foi diferente no Independência. Palco da vitória do Atlético-MG por 2 a 0 sobre o Flamengo, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, o estádio também foi o cenário de muitos momentos de emoção, como o choro do volante Adilson, momentos antes de entrar no gramado.

Em segredo, a diretoria do Atlético se movimentou para os pais e os filhos de seus jogadores pudessem estar presentes no Horto, numa forma homenagem e incentivo aos atletas, que passaram por momentos difíceis nas últimas semanas, como troca de treinador e eliminações nas Copas do Brasil e Libertadores.

“Eu confesso que não esperava. Tive um momento difícil com meu pai no início do ano, por um milagre ele não nos deixou. Então agradeço ao presidente pela surpresa. Realmente deu aquele gás a mais, fiquei muito contente por revê-lo e tê-lo aqui por perto”, contou o volante à TV Galo, se emocionando novamente.

Dia especial também para o goleiro Victor. Cerca de três meses atrás o camisa 1 do Atlético perdeu seu pai. E no primeiro Dia dos Pais sem a presença de José Bagy, o goleiro entrou no gramado do Independência acompanhado pela mãe, que representou o pai e pela filha Maria Isabella. Sem dúvida alguma, um dos momentos mais emocionantes que Victor viveu no Horto. E não foram poucos nos mais de 100 jogos no estádio que o goleiro disputou com o Atlético.

Quem também teve um dia diferente e emocionante foi o confeiteiro Bruno Ventura, de 38 anos. Acompanhado da filha Laura, ele percorreu cerca de 120 quilômetros, que separam a cidade de Divinópolis, na região Oeste de Minas Gerais, até Belo Horizonte. Estar no estádio, acompanhado da filha e ver o clube do coração vencer um dos principais rivais já seria um grande Dia dos Pais para Bruno. Mas esse torcedor do Atlético conseguiu ainda mais.

Ele teve a chance de homenagear um ídolo, se emocionar e conseguir emocionar. Filho de artesão, e com habilidade manual, o confeiteiro fez uma réplica de televisão com duas fotos do zagueiro Leonardo Silva durante a final da Copa Libertadores de 2013. “Tive a ideia de montar a televisão. O difícil foi escolher duas fotos, entre várias que tenho. Mas escolhi duas, de momentos importantes”, contou o atleticano ao UOL Esporte.

Em um domingo que teve a oportunidade de entrar em campo com o Luiz Carlos e o filho Lucas, era mais um momento de emoção que estava reservado para Leonardo Silva, que há quatro anos se tornou um ídolo eterno da torcida do Galo ao fazer um gol decisivo na final da Libertadores, diante do Olímpia.

Motivação extra para superar a fase ruim

Enquanto aguardava por Leonardo Silva, Bruno e a filha Laura aproveitaram para tirar fotos com outros jogadores, no estacionamento do Independência. A eliminação do Atlético na Libertadores, quatro dias antes, para o pequeno Jorge Wilstermann em nada parecia incomodar a felicidade daqueles dois atleticanos, pai e filha, que percorreram mais de 100 quilômetros em busca de um Dia dos Pais diferente.

A alegria de homenagear o ídolo vai ter efeito positivo para toda a torcida. O abatimento da eliminação nas oitavas de final deu lugar às lembranças da noite que começou em 24 de julho de 2013 e terminou apenas no dia 25. Ao ver as fotos escolhidas por Bruno, Leonardo Silva deixou claro que jogar a Libertadores mais uma vez, em 2018, é o objetivo do Atlético.

“Não tem preço, é muito legal e nos faz ter força para trabalhar cada vez mais. Nos remete a bons momentos, lembranças boas, que nos faz com que a gente tenha força no trabalho, para continuar confiando que tudo vai dar certo, que o final pode ser muito melhor do que o início.

Jogadores não se imaginam fora da Libertadores

Bruno Ventura e Laura não sabem se vão ter outro dia como foi o 9 de agosto de 2107. Pai e filha no estádio para ver a vitória do Atlético sobre o Flamengo e felicidade pela proximidade aos jogadores do Atlético, muitos deles ídolos por tudo o que fizeram pelo clube. “Uma vitória para lavar a alma”, descreveu o torcedor do Galo.

Talvez, cientes que não tenham outra oportunidade de ficarem tão próximos dos jogadores, essa chance rara foi muito bem aproveitada por Bruno e Laura. Algo que o Galo não fez na Libertadores, mas quer fazer no ano que vem.

Com cinco participações consecutivas no mais desejado torneio de clubes da América do Sul, os jogadores atleticanos não imaginam o calendário de 2018 sem jogos pela competição. Leonardo Silva é um dos três jogadores atleticanos que disputaram jogos em todas as cinco edições seguidas que o clube disputou. Campeão em 2013 e ídolo da torcida pelo gol na final, o capitão do Galo não quer saber de ficar fora da próxima Libertadores.

“Para ser sincero, não estamos pensando ficar fora. Não pensamos nisso, em não participar. Nós queremos participar da Libertadores do ano que vem e, agora, o único caminho é o Campeonato Brasileiro. Então vamos em busca disso, o nosso objetivo maior, para manter essa sequência de participações na Libertadores”, completou o capitão do Galo.