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Dorival tem pilares para reerguer SP: melhora no jogo e vestiário forte

Pratto procura o treinador para celebrar: São Paulo tenta se reconstruir - Ale Cabral/AGIF
Pratto procura o treinador para celebrar: São Paulo tenta se reconstruir Imagem: Ale Cabral/AGIF

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

16/10/2017 04h00

O empate até deixaria o São Paulo fora da zona de rebaixamento, mas quando Maicosuel anotou o gol da virada sobre o Atlético-PR, aos 37min do segundo tempo, o Pacaembu teve motivos para celebrar em dobro no último sábado (14). Além da vitória por 2 a 1, a equipe de Dorival Júnior chegou à 11ª posição do Campeonato Brasileiro e deu a seu treinador motivos para comemorar em dobro. 

Vários jogadores, apesar da falha de Sidão no gol atleticano, chegam às 10 rodadas finais em viés de crescimento. O fim do jejum de Lucas Pratto, que correu ao banco de reservas para dar um abraço no treinador, as duas assistências de Cueva, que evolui nas últimas partidas, o primeiro brilho do próprio Maicosuel e os exemplos de Petros e Militão, que atuaram no sacrifício, formam esse cenário positivo que deixa o treinador confiante na luta contra a queda.  

Na entrevista pós-jogo, Dorival não apenas salientou esses exemplos, mas também a evolução da equipe no entendimento de suas ideias de jogo. Com três meses completados no cargo na última semana, ele falou sobre a maturidade no aspecto coletivo. 

"A equipe demonstrou um pouco de cada detalhe. A ousadia de marcar no campo ofensivo, mas soube o momento da espera e soube o momento em que se aventurou e foi para cima, correndo riscos de contra-ataque. Depois, esperou para contra-atacar. Foi uma partida completa em todos os aspectos e tivemos um pouco de tudo dentro do jogo. Vi tudo que está sendo trabalhado se desenvolver dentro do jogo e fico feliz pela maneira como eles se comportaram e pela reação que tivemos", resumiu Dorival. 

Diferentemente de muitos treinadores que assumem equipes grandes na luta contra o rebaixamento, ele não quer uma equipe que jogue por contra-ataques. Diante do Atlético-PR, por exemplo, o São Paulo foi o time que teve mais posse de bola, iniciativa e finalizações. 

"É o conceito de futebol que acredito. Não vou mudar, não vou alterar. A situação do São Paulo é um pouco diferente e acredito nessa maneira de jogar. Trabalho para que isso aconteça e já começa a gerar resultados, não o ideal, não o adequado, mas percebo crescimento. Acompanhamos os números e temos hoje 57% de aproveitamento no segundo turno, o que é muito bom. É o período que paramos (menos jogos) e aceleramos o processo. Hoje (sábado), foram mais de 600 passes, um número considerável para o que vemos no futebol brasileiro diariamente. O São Paulo pode sair dessa situação", descreveu. 

Além do vestiário forte por exemplos como o de Petros, hoje considerado um dos líderes e influência positiva do grupo, Dorival também separou tempo para fazer elogios aos torcedores. Sem o Morumbi por cinco jogos, quando o estádio estará ocupado por shows, ele viu o Pacaembu se encher e apoiar a equipe mesmo quando o Atlético abriu o placar. "São atitudes que fazem a gente acreditar que o trabalho vai prevalecer em algum instante", resumiu.