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Presidente do Coxa mantém técnico, culpa azar e aponta Sub 20 como solução

Bacellar e Oliveira seguirão juntos no Coritiba - Comunicação CFC
Bacellar e Oliveira seguirão juntos no Coritiba Imagem: Comunicação CFC

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

16/10/2017 16h30

Em uma entrevista que durou cerca de 40 minutos, o presidente do Coritiba culpou a má sorte, a arbitragem e colocou a equipe sub-20, finalista do Brasileiro da categoria, como solução para a saída da zona de rebaixamento – mas só a partir do final de semana. Rogério Portugal Bacellar esteve acompanhado de toda a diretoria na sala de imprensa do Coxa e garantiu Marcelo Oliveira no comando da equipe. Confira os principais pontos da entrevista:

Marcelo Oliveira garantido e Sub 20 como solução

“Não é garantido ou deixar de estar garantido”, disse Bacellar, “É uma questão que tem que estudar com muito carinho. Hoje estamos focando em duas competições. Brasileiro, pra ficar na Série A, e ser campeão do brasil no Sub 20. Sendo campeão, dia 18 podemos aproveitar vários atletas da base.”

Há poucos dias, Oliveira disse que não sabia se iria usar nenhum atleta da base, o que foi contestado por Bacellar: “O Marcelo disse isso por que não podia contar com nenhum dos atletas do sub-20, que estão competindo num torneio nacional cujo o título é muito importante”, explicou, para depois responder qual a prioridade do clube: ficar na elite ou ganhar o Sub 20? “Os dois. Queremos ficar na Série A e ganhar o Sub 20.”

Bacellar também defendeu a manutenção de Marcelo Oliveira por seu currículo. “Ele foi bicampeão brasileiro, foi campeão da Copa do Brasil. Não sou eu quem digo, são os resultados”, comentou, para também dizer que confia no trabalho do técnico: “Eu tenho que respeitar a opinião do treinador, sou presidente do clube. Não bato pênalti, não treino o time. Se você tem um treinador... ele estudou para ser treinador. Eu me sinto preparado para ser presidente do Coritiba. Recebo críticas de quem não conhece o Coritiba.”

Expectativa de sucesso que não se comprovou

Bacellar chegou a apontar o elenco do Coxa como suficientemente bom para brigar pelo título. Não desfez a previsão, mas procurou manter o astral: “Se eu não acreditar no time que nós temos, quem vai acreditar? Eu toda vida acreditei e ainda acredito.” Ele garantiu estar presente na vida do clube: “Estive conversando com nossos atletas, puxei a orelha deles. Conversei com o Marcelo Oliveira agora em São Paulo, demonstrado insatisfação com os resultados.”

O presidente assumiu a culpa pela má campanha: “Qual a responsabilidade da diretoria? Total. Eu assumo todos os atos que são feitos aqui. Não estou fora de ato nenhum. Tudo passa por mim também.” O presidente explicou que o gerente de futebol não montou diretamente o elenco, mas sim era um representante da diretoria nas negociações: “O Alex Brasil não tem assim a influencia... ele pode ter indicado um jogador, mas esse jogador passou por toda a avaliação. Depois de aprovado, ele vai negociar.”

Culpa da sorte?

Bacellar indicou um claro culpada pela vice-lanterna: “O erro é ter falta de sorte.” Além da sorte, outro fator descontenta Bacellar: as arbitragens. “Eu cheguei na CBF pra reclamar do pênalti que o Neto Berola sofreu contra o Vasco, o Del Nero me chamou pra mostrar a resposta do juiz: ‘estava mal colocado e errei’. O que que adianta? O árbitro devia ser punido!”

A ausência de Kléber

Lesionado, o atacante faz um trabalho intenso para voltar à equipe já no final de semana, contra o Vasco no Rio de Janeiro. Bacellar afirmou que ele deverá estar em campo e reclamou do STJD. “O Kléber deve voltar contra o Vasco. Está fazendo um esforço incomum para isso. Se você faz uma crítica a um ministro, um desembargador, você não é punido. Agora, se faz uma crítica a um julgador desportivo, é punido. O Kléber era um elemento chave, teve uma expulsão injusta contra o Fluminense. A segunda foi justa, mas teria que ser punido igual o jogador do Bahia.”

Críticas sobre a gestão

“Pode falar bem, pode falar mal, o que importa é o seguinte: nós estamos trabalhando sério, pensando num Coritiba cada vez maior”, disse o presidente coxa-branca sobre as constantes queixas sobre sua gestão. Ele nominou todos os dirigentes que têm o ajudado a dirigir o clube em diversas áreas, como José Fernando Macedo, Alceni Guerra, Gilberto Griebeler e Celso Luiz Andretta; citou ainda Ernesto Pedroso e o político Ricardo Gomyde como auxiliares. “Não é por que eles têm me ajudado que eu tô perdendo o comando”, garantiu.

Novo estádio

Bacellar também falou sobre os projetos para um novo estádio. “O Alceni é quem está encarregado disso. Todos esses projetos foram feitos de maneira gratuita para o Coritiba, o Coritiba não pagou um tostão. Inclusive o projeto do CT de Campina Grande, com um projeto de reserva de Araucária lá para liberar os 80% de reserva ambiental. Não quisemos gastar nem um tostão por que senão nós tiraríamos dinheiro de onde não podemos tirar. Dentro das possibilidades do clube. Toda vida, eu nunca disse que o Coritiba ia fazer. Sempre com pés no chão”, relatou, citando ainda o terreno adquirido na gestão Vilson Andrade para um novo CT.

Ele não citou nominalmente o antecessor, mas avaliou a própria gestão a partir da anterior: “Eu entrei no Coritiba de uma maneira em que talvez nenhuma pessoa queria entrar. Com uma dívida milionária, uma antecipação de receita da Rede Globo de 2015, 16. Nós não pegamos um tostão de receita antecipada, vamos deixar para a próxima gestão a receita inteira. Pegamos o dinheiro do Esporte Interativo e pagamos dívidas. Toda receita era penhorada. Hoje o Coritiba é um clube integrado, todos os departamentos falam um com o outro. O Coritiba não está saneado, mas quem pegar vai pegar melhor do que eu peguei.”