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Silêncio sobre futuro e jogo apagado de L. Lima deixam santistas irritados

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

17/10/2017 04h00

O meia Lucas Lima foi o único jogador vaiado do Santos no empate contra o Vitória por 2 a 2 nesta quinta-feira, no estádio do Pacaembu, válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O camisa 10 teve atuação apagada e recebeu vaias do torcedor quando pegava na bola nos minutos finais da partida.

As vaias ao craque santista dividiram opiniões. Levir Culpi diz que entende por conta do mau futebol apresentado por todo o time contra os baianos. Jean Mota, por sua vez, tentou defender o companheiro do protesto da torcida.

"Acho estranho. Não tem o que contestar. É jogador de seleção brasileira. Talvez não tenhamos feito uma boa partida, é normal o torcedor vaiar, eles queriam a vitória. Faz parte, temos que saber lidar com isso", disse Jean Mota.

“Vou te falar uma coisa sobre torcida. Hoje temos que pedir desculpas para o torcedor. Eu não achei que eles jogaram contra. Nós que não ajudamos. É normal um desabafo do torcedor, pois nosso time não produziu”, comentou Levir.

Mas não é somente o torcedor que está perdendo a paciência com a principal estrela do time. Alguns integrantes da diretoria santista não engoliram o fato de Lucas Lima ainda não ter respondido a proposta de renovação contratual feita pelo presidente Modesto Roma. O contrato atual do meia termina no fim de dezembro deste ano.

O clube paulista ofereceu R$ 600 mil mensais e mais luvas em um contrato de quatro temporadas. Segundo dirigentes do clube, o camisa 10 apenas alega que está analisando e pensando sobre a oferta santista.

A proposta de renovação ocorreu no mês de abril e até o momento não houve resposta. A demora por definição e especulações de que o jogador negocia com o Palmeiras incomodam a cúpula santista.

O clima entre Santos e Lucas Lima só não ficou pior pois o camisa 10 fez questão de ligar para Modesto Roma e explicar que não recebeu proposta do rival paulista. O jogador alega que ficou surpreso com os boatos. O presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, também ligou para o mandatário santista para dizer que não existe negociações com o jogador.

O problema é que Lucas Lima voltou a incomodar parte da cúpula alvinegra após o empate contra a Ponte Preta, em Campinas, na senana passada, quando o meia chegou a dizer que “deixa a porta aberta” para o Palmeiras e que não ficará desempregado caso o Santos não queira contar com o seu futebol.

“O Santos é a minha casa, estou feliz. Quem está na mídia são vocês. Vocês têm que provar, não eu que tenho que provar. Deixo a porta aberta. Se o Santos não me quiser, vou ficar desempregado? Futebol é dinâmico. Vou resolver a minha vida quando acabar o Brasileiro”, disse Lucas Lima.

Publicamente, os dirigentes evitam confronto com Lucas Lima para não atrapalhar o ambiente do time na reta final do Brasileiro. Já internamente eles lamentam a postura do jogador, pois consideram que o Santos já demonstrou bastante interesse em sua permanência, inclusive, fazendo a proposta de R$ 600 mil mensais.

Hoje, o Santos possui apenas 10% dos direitos econômicos de Lucas Lima, enquanto a Doyen Sports possui 80% e a empresa Khoddor Soccer outros 10%. O atleta é gerenciado por Wagner Ribeiro, enquanto o pai de Neymar, com a empresa NR Sports, é responsável pela gestão da carreira do jogador.