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Robinho lucra com bom comportamento em ano ruim e dá volta por cima no Galo

Bem nos últimos jogos, Robinho trocou as vaias pelas reverências da torcida atleticana - Bruno Cantini/Atlético-MG
Bem nos últimos jogos, Robinho trocou as vaias pelas reverências da torcida atleticana Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

24/10/2017 04h00

Melhor jogador do último clássico mineiro, Robinho mostrou que está em alta no Atlético, fato raro para o atacante em 2017. Em um passado recente, o camisa 7 atravessou seu pior momento em quase dois anos de clube, chegando a ficar fora de jogos decisivos e em um longo período sem gols. Apesar disso, o veterano não abaixou a cabeça e deu exemplo de profissionalismo. Aguentou as críticas calado e recuperou seu espaço dentro de campo.

Robinho sempre foi um dos líderes do elenco e não é só dentro de campo. Fora dele, o sorriso no rosto e as brincadeiras formaram o estilo boleiro que o acompanhou ao longo da carreira. E isso não mudou com a recente má fase que atravessou. No comando de Rogério Micale, o atacante chegou a ser a segunda opção no banco de reservas e suplente em uma decisão de Libertadores. O bom desempenho não vinha e as críticas aumentaram. Porém, apesar do perfil mais sério e menos descontraído em alguns momentos, o comprometimento com o clube continuou o mesmo nos treinamentos até a maré virar. Coroado com a ótima atuação no clássico, Robinho já curte seu quarto gol em cinco jogos e começa a ouvir os primeiros pedidos para ficar no Atlético no ano que vem.

"O Robinho foi decisivo ano passado todo, mas esse ano não conseguiu repetir as atuações em parte da temporada. Ele tem trabalhado, apoiado o time todo. É referência para todo mundo. Ninguém merecia mais que ele os dois gols de hoje", comentou o lateral Fábio Santos, em entrevista à Rádio Itatiaia.

Irregular até o mês passado, a história de Robinho começou a mudar consideravelmente com a chegada do experiente Oswaldo de Oliveira, no início de outubro. Dentro de campo, o primeiro grande sinal da volta por cima foi recuperar a titularidade. O segundo foi dar fim ao jejum de 23 partidas sem marcar, o que também acabou acontecendo. Agora, o atacante vive um momento em que pode conciliar as boas atuações e balançar as redes. Influência do técnico? Para o comandante, o mérito é todo de Robinho.

"Teve gente que disse que eu papariquei o Robinho, mas não fiz isso. Eu conheci o Robinho em 2005 e ele tinha 21 anos quando eu trabalhei com ele pela primeira vez. Depois, trabalhei com ele em 2014, quando já tinha 30. Hoje ele tem 33 anos, já é adulto, pai de família. Eu não preciso paparicar um cara desses. O que vou fazer com o Robinho, vou dar bombom para ele? Não tive conversinhas particulares, falei com ele na frente do grupo, assim como falei com o Fred, com o Fábio Santos, dentre outros. Eu só dei condições a ele de jogar o que ele sabe, para mim é um dos melhores jogadores do Brasil nos últimos anos. Não teve nada especial, nenhuma receita de bolo, apenas fiz o trivial que eu acho que sei saber".

Agora, Robinho ganha um novo desafio. Além de manter a regularidade, o atacante quer ajudar o Galo a alcançar uma vaga para a próxima Copa Libertadores. Se conseguir, ele poderá ganhar como prêmio uma renovação do contrato que vence em dezembro e que ainda não tem certeza de seu prolongamento.