Topo

Jô tem duelo particular para ser primeiro artilheiro corintiano na história

Jô tem 23 gols marcados neste ano, sendo 16 no Brasileirão - Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians
Jô tem 23 gols marcados neste ano, sendo 16 no Brasileirão Imagem: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Diego Salgado e Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

15/11/2017 13h00

O Corinthians nunca teve um artilheiro na história do Campeonato Brasileiro, mesmo sendo hexacampeão. Bem próximo da sétima taça, que pode ser erguida já nesta quarta-feira, contra o Fluminense, o clube ainda sonha com a possibilidade de um nome no topo da lista de goleadores. E o feito histórico nem está tão distante assim... Com 16 gols marcados até a 34ª rodada, Jô volta ao time para travar um duelo particular com o único atacante que fez mais gols do que ele na competição: Henrique Dourado.

Hoje, o jogador do Fluminense tem um gol a mais e outro ponto a favor. Ele cumpriu suspensão automática no último jogo da equipe, contra o Cruzeiro, e volta "zerado" para as cinco rodadas finais, enquanto Jô também volta de uma suspensão imposta pelo STJD, mas tem dois cartões amarelos e está pendurado, o que aumenta a possibilidade de ficar fora de outro jogo na sequência do Brasileirão. Apesar de tudo, o Corinthians ainda confia na artilharia de Jô.

Até o momento são 23 gols marcados na temporada e 16 no Campeonato Brasileiro. Mais do que o faro de gols, o Corinthians valoriza o cumprimento de função tática por parte do artilheiro, a liderança no elenco provada em cinco partidas como capitão e os gols "valiosos", que renderam pontos diretamente, como nas vitórias simples por 1 a 0 ao longo da campanha: Vitória, Botafogo, Chapecoense e Vasco. Jô, inclusive, foi um dos únicos jogadores que conseguiu manter o alto nível técnico mesmo durante a crise de resultados do segundo turno.

Historicamente, ele está desafiando um tabu que o Corinthians já esteve próximo de quebrar, mas nunca alcançou, que é de ter um artilheiro do Brasileirão. O argentino Carlos Tevez fez 20 gols na campanha de 2005, menos que Robgol (do Paysandu, com 21) e Romário (do Vasco, com 22). Em 1998, Marcelinho Carioca marcou 19, dois a menos que Viola, então no Santos, e até hoje tem mágoa com o assunto por ter ficado três jogos afastado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo por indisciplina e despencado na lista de artilheiros. Em 1990, Neto também ficou dois gols atrás de Charles, do Bahia. Sempre na trave.

Jô nunca tratou a busca pela artilharia do Brasileirão como prioridade. Na volta ao Corinthians, o plano principal era ser campeão (já foi do Paulista e agora briga pelo Brasileiro), depois voltar à disputa da Copa Libertadores (condição confirmada há dez dias), conseguir uma vaga na Seleção Brasileira (não é convocado desde 2014) e só então, em quarto plano, a meta que Tevez, Marcelinho e Neto não conseguiram. Ele é atualmente o sétimo maior goleador do Corinthians no século, contando as duas passagens, com 41 gols pelo clube, e briga por números maiores.

Do outro lado do confronto, Henrique Dourado pode ser o quarto goleador do Brasileirão na história do Fluminense. Em anos anteriores, Washington (2008) e Fred (2012 e 2014) alcançaram o feito. Em 2017, o Ceifador está no topo da lista com 17 gols marcados, mas conta com um concorrente de peso e animado pela chance de ser campeão nesta quarta-feira.