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Sem alarde, B. Alves aproveita vacilos da concorrência e ganha espaço no SP

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

17/04/2018 04h00

Rodrigo Caio cotado para disputar a Copa do Mundo. Arboleda como herdeiro da camisa 5 de Diego Lugano. Anderson Martins contratado com grandes expectativas de ser o pilar da defesa. O São Paulo esperava encontrar sua zaga titular com esses três em 2018, mas agora celebra a ascensão do menos badalado de seus zagueiros. Bruno Alves carrega números expressivos e atuações seguras para tentar ganhar espaço com Diego Aguirre.

Na temporada, o Tricolor soma 23 partidas. Em 13, terminou sem sofrer gols, sendo que Bruno estava em campo em oito delas. O defensor ainda jogou mais três vezes no ano, com só três gols tomados na conta. Para chamar ainda mais a atenção, sobrou tempo para ajudar o ataque. Na noite da última segunda-feira, foi do zagueiro o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Paraná Clube, na estreia são-paulina pelo Campeonato Brasileiro. Justamente no dia de seu aniversário de 27 anos.

"É um pacote completo. Ganhar o jogo, a zaga não sofrer gols e ser coroado com o gol da vitória. É resultado de um trabalho forte. Criei metas no começo do ano e pensei em aproveitar as chances. Fico feliz. O sonho de todo jogador é ser titular, mas tudo tem seu tempo. É uma briga sadia. Temos excelentes zagueiros. Rodrigo Caio com nível de seleção, Arboleda, Anderson Martins, Aderllan. Independentemente de quem jogar, a zaga estará bem servida", destacou.

O sucesso de Bruno Alves passa, é claro, pela concorrência no setor. Arboleda é o único dos três principais nomes do São Paulo para o setor que não sofre grande contestação, mas as convocações para a seleção do Equador fazem com que ele seja um desfalque constante em datas Fifa. Anderson Martins, por sua vez, sofreu com lesões na chegada ao clube e ainda não conseguiu emplacar. Por último, Rodrigo Caio vive um momento de instabilidade, com seguidas falhas, e dá brechas para o crescimento do companheiro. 

Foi a segunda vez que Bruno Alves marcou pelo São Paulo, a segunda no Morumbi. No ano passado, ele balançou as redes em empate por 2 a 2 com a Ponte Preta, no segundo turno do Brasileirão. Além do local, os gols têm outro fator em comum: a presença do filho do zagueiro. Henry Miguel, de um ano e cinco meses, virou amuleto da sorte e ainda não viu o pai perder no estádio. São cinco vitórias e dois empates na presença do bebê, que por pouco não foi batizado como Thierry Henry.

Como Aguirre trabalha com pelo menos dois esquemas táticos, a tendência é que Bruno siga atuando com frequência. Pelo terceiro jogo seguido, o técnico uruguaio fez o time variar de uma defesa com dois para três zagueiros: "É uma variação que está sendo bem trabalhada. Defendemos com linha de quatro e atacamos com linha de três e quatro meias. É para confundir os adversários".