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Incomum? Zagueiro que encara o Corinthians já foi artilheiro de Estadual

Ronaldo Alves recebe prêmios de melhor zagueiro e artilheiro do Pernambucano 2016 - Divulgação/AV Assessoria de Imprensa
Ronaldo Alves recebe prêmios de melhor zagueiro e artilheiro do Pernambucano 2016 Imagem: Divulgação/AV Assessoria de Imprensa

Marcello De Vico

Do UOL, em Santos (SP)

20/05/2018 04h00

Ronaldo Alves ainda está em branco nesta temporada 2018. Mas se depender dos últimos anos de sua carreira, o gol já deve sair. Jogador do Sport desde a metade de 2016, o zagueiro que já foi até artilheiro do Campeonato Pernambucano tem neste domingo (20), contra o Corinthians, na Arena Pernambuco, às 16h, pela sexta rodada do Brasileirão, mais uma chance de ampliar a sua marca.

Até aqui, são 24 gols na carreira, sendo cinco em 2017 e sete em 2016, quando defendeu Sport e Náutico - clube pelo qual foi o artilheiro do Campeonato Pernambucano com seis tentos.

Ronaldo Alves abre o placar para o Sport em jogo contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste - Williams Aguiar/Sport Recife - Williams Aguiar/Sport Recife
Imagem: Williams Aguiar/Sport Recife
"É uma marca muito positiva. Fico muito feliz por essa marca. Muita dedicação, fruto de muito trabalho. Espero que eu consiga ir aumentando cada vez mais esse número e me consolidando para que depois eu possa olhar para trás e ver as coisas boas e positivas que eu fiz na minha carreira", disse o jogador de 28 anos em entrevista ao UOL Esporte.

Em 2016, nem mesmo a concorrência de atacantes experientes como Grafite e Túlio de Melo fez com que Ronaldo Alves perdesse o posto de artilheiro ao final da competição.

"Eu fui artilheiro do Pernambucano de 2016. Algo raro para um defensor. Atacantes como Grafite e Túlio de Melo em outras equipes e eu, como zagueiro, consegui ser o artilheiro da competição. É um fato que eu tenho muito orgulho por ter conquistado, me dediquei demais para que eu pudesse alcançar esse objetivo", acrescentou.

Pai vendeu rifas para ajudar no início da carreira

Revelado pelo Atlético-PR e com passagens por Internacional, Náutico, Criciúma e Avaí, além do Sport, Ronaldo Alves procurou, no início da carreira, apoiar-se em diversas possibilidades para manter vivo o sonho de se tornar jogador de futebol profissional. E contou com uma ajuda no pai - além de outros familiares e amigos - para participar de um torneio no interior do Paraná.

"Quando eu comecei foi bem difícil, porque meu pai estava internado na época e a gente ia para um torneio no interior do Paraná. Meu pai tinha acabado de fazer uma cirurgia. Foi bem difícil. A gente teve o apoio de alguns amigos para que a gente conseguisse vender alguns números de rifa para que eu pudesse viajar junto com o pessoal, já que a nossa condição não era tão favorável. Mas graças a Deus deu tudo certo, com o apoio do meu pai e de algumas pessoas próximas, foram fundamentais para que eu chegasse onde eu cheguei hoje", recorda.

Início conturbado no Atlético-PR

Ronaldo Alves fez a sua estreia como jogador profissional em 2009, no Atlético-PR. Recebeu algumas oportunidades no segundo turno do Campeonato Brasileiro, já como titular, mas viveu um período turbulento ao final do ano. Problemas na renovação de contrato o deixaram um tempo afastado dos gramados - até acertar a transferência para o Internacional.

Zagueiro Ronaldo Alves é um dos destaques do Inter B em 2011 - Lucas Uebel/Vipcomm - Lucas Uebel/Vipcomm
Imagem: Lucas Uebel/Vipcomm
"Meu começo no Atlético-PR foi importante. Um clube pelo qual eu tenho carinho, uma gratidão imensa, por tudo, pela minha formação, por tudo que eu vivi lá. Estreei em 2009 no profissional, tive algumas oportunidades, e não continuei tendo sequência porque tive problema de renovação de contrato. Não aceitei o tipo de contrato que queriam me propor. Foi um grande problema, aconteceu o meu afastamento, tive que treinar separado, uma coisa bem triste, um garoto de 19, 20 anos que nunca tinha passado por essa situação", recorda o defensor rubro-negro.

"De qualquer forma, o Atlético-PR é um clube muito importante na carreira, na minha formação, serei sempre grato ao clube, à instituição, mas no momento, na época, tinham algumas pessoas que quiseram prejudicar. Tentaram, mas o futuro me mostrou que eles não conseguiram alcançar aquilo que eles queriam. Mas vida que segue. Fui para o Inter e me reergui novamente, e hoje estou muito feliz por defender uma grande equipe do futebol brasileiro", completa.