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Grêmio vai de goleadas a escassez e procura saída para ataque em baixa

Grêmio abriu maio com duas goleadas e fecha mês com ataque em baixa - Jeferson Guareze/AGIF
Grêmio abriu maio com duas goleadas e fecha mês com ataque em baixa Imagem: Jeferson Guareze/AGIF

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

31/05/2018 11h00

Entre abril e o início de maio o Grêmio fez quatro goleadas e chamou (ainda mais) atenção com tamanho poderio ofensivo. Quase um mês depois, e maratona de jogos no meio, o time de Renato Gaúcho tem vivido escassez de bolas na rede e sofre justamente com o setor que abriu a temporada em alta. Os desfalques, a fadiga acumulada e adversários mais atentos a recursos usados pelo Tricolor são citados para tentar explicar a queda nos números.

O fato é que o Grêmio abriu maio fazendo 5 a 0 no Cerro Porteño e 5 a 1 no Santos. Fecha esse mesmo mês com um empate sem gols contra o Fluminense.

Antes das goleadas por cinco gols, o Tricolor havia marcado 4 a 0 no Brasil de Pelotas e também 4 a 0 no Monagas-VEN. Sem contar os placares com três gols de diferença no Gauchão. Um manancial de jogadas agudas, de conclusões precisas. 

Agora o time tem sete gols nos últimos sete jogos. Mas em três oportunidades não balançou as redes - contra Internacional, Paraná e Fluminense. Diante do Defensor-URU, Luan salvou. E no duelo com o Ceará, Everton disparou e serviu Thonny Anderson.

"Quanto tempo faz que o Grêmio não repete a mesma equipe? Mas não vou reclamar disso..", comentou Renato Gaúcho. "O Grêmio vem bem. Vem construindo, vem criando chances. O Grêmio não deixa o adversário jogador. Se não houvesse luta, dedicação e chances, seria outro problema", acrescentou depois o treinador.

A atenção maior dos adversários a princípios de jogo usados pelo Grêmio também aumentou a dificuldade. No duelo com o Flu, uma linha de cinco foi montada para reduzir espaço pelos lados. Na frente da área já virou rotina uma ocupação ainda maior.

"As equipes estão vindo bem fechadas aqui na nossa casa e estão neutralizando nosso ponto forte", disse Everton, artilheiro do time no ano ao lado de Luan com oito gols marcados.

Publicamente o Grêmio tira o foco e fala em 'cera', erros de arbitragem e até critica a postura dos adversários. Mas no vestiário o grupo e a comissão técnica quebram a cabeça para tentar encontrar uma solução. Nas últimas partidas, todos foram encorajados a arriscar mais de fora da área. Os chutes de média e longa distância passaram a ser feitos por Ramiro, Cortez, Cícero, Maicon. O aproveitamento não é alto, mas foi uma das maneiras encontradas para ampliar o repertório. Outras já estão sendo trabalhadas.

"A gente sabe que o jogo vai ser fechado, mas na última parte do campo temos que ter mais calma", pediu o capitão Maicon. "O Grêmio joga a cada três dias e tenho que agradecer pelo voo fretado. Mas a gente não dorme a noite toda, a gente fica viajando. Antes tinha Copa do Brasil, Libertadores e agora é só Brasileiro. Mas é só Brasileiro com jogo a cada três dias. É muito desgaste, muito. O Grêmio tem plantel bom, grande, para isso", citou Renato.

Até o recesso para a Copa do Mundo, o Grêmio tem mais quatro jogos. Dois em casa e outros dois fora. Em todos, vai precisar pontuar para terminar as 12 rodadas iniciais dentro de sua meta. E para vencer, terá de voltar a recuperar algo que perdeu em meio à maratona.