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Atlético-PR mantém Diniz e aposta em tempo, mas titulares têm vínculo curto

Raphael Veiga e Camacho contra o Cruzeiro: peças fundamentais têm contrato curto  - FERNANDO REMOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Raphael Veiga e Camacho contra o Cruzeiro: peças fundamentais têm contrato curto Imagem: FERNANDO REMOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

11/06/2018 17h58

Nem mesmo as oito derrotas e apenas uma vitória nos últimos 10 jogos abalaram a confiança de Mario Celso Petraglia em Fernando Diniz, técnico e coordenador de futebol do Atlético Paranaense. Dentro da zona de rebaixamento com nove pontos em 33 disputados e com um aproveitamento de 27,3% no comando do time, Diniz seguirá no cargo, apoiado por Petraglia, que desconsiderou as vaias e os pedidos da torcida por um novo técnico.

Em entrevista publicada pela Revista IstoÉ nesta segunda (11), Petraglia reafirmou que Diniz “só sai se quiser. É a única forma do Atlético Paranaense fazer o futebol de forma alternativa.” O UOL Esporte apurou que Petraglia vê o projeto de um novo jeito de fazer futebol como algo de “longo prazo” e que o dirigente pretende fazer modificações no elenco. Se a ideia é dar tempo à Diniz para que ele consiga montar uma equipe que responda à filosofia do técnico em campo, a principal modificação precisa partir na duração dos contratos dos jogadores.

Filosofia esbarra em possível desmanche em dezembro

Dos jogadores que mais atuaram como titulares com Diniz, nada menos que cinco têm contratos vencendo no final desta temporada. O zagueiro Wanderson, os meias Lucho González, Camacho e Raphael Veiga e o atacante Marcinho têm vínculos curtos, a maioria até dezembro deste ano, sendo que três deles são emprestados: Camacho pertence ao Corinthians, Marcinho é do São Bernardo, enquanto que Raphael Veiga é do Palmeiras.

O zagueiro Paulo André é outro que tem contrato apenas até dezembro. Com uma lesão nas costas, o jogador já se encaminha para uma função mais diretiva no próprio Atlético. Apesar de ter jogado pouco no ano, foi com Paulo André como titular que Diniz viveu seus melhores resultados como técnico: com ele em campo, 8 partidas com três vitórias e cinco empates. Após a saída de Paulo André, o Atlético já acumula 8 derrotas nos últimos 10 jogos.

Já Lucho González não iria renovar contrato na virada do ano, mas uma conversa com Fernando Diniz, o aceite na redução salarial e um problema particular o mantiveram em Curitiba por pelo menos mais uma temporada. O jogador esteve em campo em 16 jogos no ano e é peça fundamental no meio campo atleticano, ao lado de Camacho, que atuou o mesmo número de partidas. Recentemente promovido à titular, Raphael Veiga também atuou em 16 jogos, entrando no decorrer da maioria. Já Marcinho jogou 12 vezes na mesma situação.

A ideia de emplacar uma equipe que assimile as ideias de Diniz esbarra no desmanche previsto pelos contratos. Além dos citados, alguns tem contrato apenas um pouco mais longos. Wanderson, zagueiro que tem atuado com frequência, tem vínculo com o clube apenas até abril de 2019.

O Atlético também tem em Guilherme um titular frequente no time de Fernando Diniz. Com contrato até o fim de 2019, o jogador pertence ao Corinthians e faz parte da lista de emprestados pelo Furacão. Dos jogadores que Diniz tem usado com mais regularidade na tentativa de entrosar o elenco em seu esquema, o goleiro Santos (2019), Thiago Carleto (2019), Nikão (2019), Pavez (2020, com 60% do vínculo junto ao Colo-Colo do Chile) e Pablo (2021) têm contratos mais longos.