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Está difícil virar! Sair atrás do marcador vira problema para o Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

30/07/2018 04h00

Na derrota por 2 a 0 diante do São Paulo, no último domingo, o Cruzeiro voltou a apresentar alguns problemas corriqueiros desde que voltou da parada para a Copa do Mundo. Pela quarta vez em cinco partidas, a equipe saiu atrás no marcador. Contra o Atlético-PR e América, manter a cabeça no lugar ajudou a superar os momentos de instabilidade. Por outro lado, diante do Corinthians e agora contra o São Paulo, o time pagou caro e não apresentou a mesma maturidade para sair do prejuízo. Esse passa a ser um dos ajustes que Mano Menezes citou e que pretende mudar no time a partir de agora.

Contra o América-MG e Atlético-PR, o Cruzeiro sofreu o primeiro gol, mas conseguiu a virada em até 30 minutos antes do apito final. Nos dois compromissos mais recentes e difíceis, contra Corinthians e São Paulo, a reação não veio. Na partida em Itaquera, a equipe chutou 14 vezes, mais que os anfitriões, mas só cinco foram no alvo e nenhuma entrou. No último domingo, o cenário se repetiu: 14 finalizações e apenas três no gol.

"É muito difícil você sofrer o primeiro gol. Tem uma pesquisa que diz que 60% dos times que saem na frente não levam a virada. Uma equipe precisa ter esses cuidados quando passar por momentos de instabilidade, quando você quer ganhar, tem vontade de ganhar. O Cruzeiro não teve falta de dedicação. Mas você começa a escolher alguns caminhos mais perigosos, de risco maior. Essa tranquilidade é que temos que recuperar. Jogos grandes tem que saber jogar", comentou o treinador.

Contra o São Paulo, o Cruzeiro começou o jogo criando boas oportunidades de gol, mas sem a eficiência para marcar. Quando o goleiro Fábio foi vazado, o adversário só havia atacado por duas vezes em direção à meta celeste. Após o tento, a Raposa diminuiu o ímpeto e só voltou a atacar com perigo na etapa final. Mais rápido após o intervalo, o time melhorou e até teve a chance de empatar na cobrança de pênalti desperdiçada por Barcos, mas não teve tanta maturidade para lidar com o placar desfavorável. Passes errados, impedimentos bobos e finalizações precipitadas passaram a fazer parte das ações ofensivas com mais frequência. Obrigado a se lançar ao ataque, foi novamente vítima do contra-ataque tricolor e sofreu o segundo gol.

"No primeiro gol, temos que ter mais paciência para construir a jogada. Conhecemos as características do adversário. Quando você ataca da forma que fizemos o time fica mais propício a ceder contra-ataques como aquele. Mas o adversário tem méritos, tem dias que as coisas aparecem mais, temos que ter tranquilidade para lidar com isso. Já no segundo gol nós tínhamos que arriscar, são decisões que se tomam lá dentro", acrescentou.

Na próxima quarta-feira, a equipe volta a jogar contra outro time paulista, desta vez o Santos. O confronto é valido pela Copa do Brasil e a preocupação em não repetir os erros aumenta, já que uma noite ruim na Vila poderá atrapalhar os planos do clube em busca do hexacampeonato.

"É claro que isso me preocupa, treinamos para acertar mais que errar, confiamos no time, nas capacidades de decisão. Mas se tem uma coisa que temos que dar aos jogadores é tranquilidade. Se a cabeça não estiver boa, a tomada de decisão sempre será errada", encerrou o treinador.