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Em reencontro, Ricardo Oliveira supre no Galo tudo o que falta ao Santos

Ricardo Oliveira vira referência no Atlético-MG e deixa saudades no Santos - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Ricardo Oliveira vira referência no Atlético-MG e deixa saudades no Santos Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Samir Carvalho e Thiago Fernandes

Do UOL, em Santos e Belo Horizonte

11/08/2018 20h00

Líder e artilheiro do Atlético-MG, Ricardo Oliveira se tornou referência em apenas oito meses. E justamente por estes atributos o atacante faz falta ao Santos, seu ex-clube e rival neste domingo (12), às 11h (de Brasília), pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, no estádio Independência.

O atacante de 38 anos chegou a Belo Horizonte no início da temporada. Com salário fixo considerado baixo, cerca de R$ 250 mil por mês, trocou a Vila Belmiro pela Cidade do Galo por conta da longevidade do vínculo - assinou até o fim de 2019.

Em Belo Horizonte, já se sente à vontade e tornou-se o artilheiro do time comandado por Thiago Larghi com 16 gols em 37 partidas. Brilha também como garçom. Com cinco assistências, está atrás somente de Juan Cazares, que deu seis passes em 2018.

Fora de campo ele também demonstra muita influência. O episódio mais marcante foi referente à reintegração de Róger Guedes no elenco. Hoje no Shandong Luneng, da China, o jogador de 21 anos seria afastado do grupo pelo diretor de futebol Alexandre Gallo. Ao lado de outros líderes do elenco (Victor, Leonardo Silva, Fábio Santos e Elias), o centroavante se reuniu com a cúpula e pediu a manutenção do jovem colega de ataque na Cidade do Galo. Entre outros motivos, alegaram a adaptação da família a Belo Horizonte.

Com a situação resolvida, ajudou Róger Guedes a mudar de postura fora e dentro dos gramados. Não é à toa que quase alcançou Ricardo Oliveira na artilharia do elenco. Deixou o clube com 13 gols anotados em 28 partidas.

Tudo o que tem feito pelo Atlético-MG é o que falta ao Santos em 2018. Desde a saída do atacante, em dezembro do último ano, o clube da Vila Belmiro encontra dificuldades para achar um camisa 9.

Gabriel Barbosa deu sinais de que poderia suprir a ausência em termos técnicos. Contudo, já provou que o rendimento é maior quando atua pelos lados do campo. Insatisfeito com os nomes que tem no plantel, o técnico Cuca já pediu a chegada de um atleta para a posição.

A cúpula alvinegra já trabalhou com diversos nomes. Entre consultas e negociações, o clube paulista mirou Joaquin Ardaíz, atacante uruguaio de 19 anos, o argentino Franco Di Santo, do Schalke-ALE, o uruguaio Jonathan Álvez, emprestado do Junior Barranquilla-COL ao Internacional, além de Hernán Barcos, que acertou com o Cruzeiro, e o colombiano Uribe, que fechou com o Flamengo. Recentemente, a diretoria santista fez consultas sobre Paolo Guerrero, que acertou com o Inter, e Jonas, do Benfica, mas se assustou com os valores de ambos.

No último jogo, Cuca recorreu a um jovem da base para formar o ataque. Yuri Alberto, de 17 anos, foi o titular contra o Ceará. Todavia, não deu nem um chute a gol sequer e obrigou o treinador a colocar Gabriel Barbosa entre os titulares novamente. Ricardo Oliveira, no entanto, não faz falta ao Santos apenas pelo aspecto futebolístico. Fora dos gramados, era tido como um conselheiro do elenco, ainda mais jovem nesta temporada.

Embora recebesse críticas por conta da doutrina em relação à religião, o veterano atleta ajudava a conter os jovens e tinha boa relação no vestiário do Peixe. Desde a sua saída, Renato assumiu essa incumbência. Ele, inclusive, é quem usa a braçadeira de capitão no CT Rei Pelé quando é escalado de titular. No entanto, além de não contar com mais ninguém para dividir esta responsabilidade, o veterano não possui o mesmo perfil de Ricardo Oliveira. Ele é mais pacato e não tem a mesma autoridade de Oliveira para cobrar os companheiros.

Se não bastasse, David Braz, que assumia a liderança por “tempo de clube”, foi negociado com o futebol turco e deixou o elenco santista. A diretoria agora aposta as suas fichas neste sentido em Carlos Sánchez. A possível liderança em campo do experiente uruguaio pesou para que o clube o contratasse.

Ficha técnica
Atlético-MG x Santos

Motivo: 18ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: 12 de agosto de 2018 (domingo)
Horário: às 11h (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo D'alonso Ferreira (SC)
Assistentes: Helton Nunes (SC) e Thiaggo Americano Labes (SC)

Atlético-MG
Victor; Emerson, Gabriel, Iago Maidana e Hulk; José Welison, Elias, Nathan e Tomás Andrade; Yimmi Chará e Ricardo Oliveira.
Técnico: Thiago Larghi.

Santos
Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Dodô; Alison, Carlos Sánchez e Diego Pituca; Rodrygo, Gabigol (Yuri Alberto) e Bruno Henrique.
Técnico: Cuca.