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Com carta branca de Leco, trio ajuda SP a dobrar rendimento no Brasileiro

Lugano, Ricardo Rocha e Raí foram fundamentais na recuperação do SP neste Brasileiro - Rubens Chiri/São Paulo FC
Lugano, Ricardo Rocha e Raí foram fundamentais na recuperação do SP neste Brasileiro Imagem: Rubens Chiri/São Paulo FC

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

18/08/2018 04h00

Apesar da eliminação na Copa Sul-Americana, o São Paulo vive boa fase com a liderança no Brasileiro. O entusiasmo tem explicação nos números. Na última temporada, o Tricolor fechou o primeiro turno com 19 pontos. Neste ano, o time já dobrou a pontuação mesmo uma rodada antes da metade do campeonato. Esse momento positivo deve ser creditado também ao trabalho de quem não entra em campo.

Após anos conturbados, o clube parece ter entrado nos eixos e muito se fala do desempenho do trio de ex-jogadores e hoje dirigentes liderado por Raí, diretor executivo de futebol, que conta com o apoio de Ricardo Rocha, coordenador de futebol; e Diego Lugano, superintendente de relações institucionais. Para conseguir tal nível de excelência, os três tiveram primeiro o apoio do presidente tricolor, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

Em sua gestão anterior, o mandatário foi o responsável por conduzir a aprovação do estatuto profissional e assim pôde abrir a oportunidade para gente como o Raí (sem nenhum vinculo político) assumir tal cargo. Desta maneira, logo quando virou dirigente, no fim do ano passado, o ex-jogador já recebeu a carta branca do mandatário para iniciar a sua gestão.

Vale ressaltar também neste processo que Leco sempre foi ligado ao futebol e, por isso também, costumava ajudar os seus subalternos. Em 2017, por exemplo, o então diretor da pasta, Vinícius Pinotti, não tinha experiência na área e o presidente precisava muitas vezes ajudar. É claro que Raí, o epicentro desta modernização no departamento, troca ideias e apresenta os seus projetos para o presidente, mas não precisa da interferência para fazer as suas tarefas.

O campeão mundial de 1992 também foi fundamental na montagem do elenco. Além de ajudar na escolha dos jogadores, ele conseguiu conquistar os reforços ao apresentar o seu projeto. Neste ponto, deve se destacar o papel do advogado e gerente-executivo, Alexandre Pássaro, que bem relacionado no mercado, fica responsável por coordenar as negociações. Com as diretrizes dadas por Raí, Aguirre e Leco, ele busca os melhores caminhos e condições. 

Escolhido por Raí, Ricardo Rocha faz o elo entre a diretoria e os jogadores. Em geral, ele é o primeiro a conversar com os atletas que precisam tirar alguma dúvida ou fazer alguma ponderação. Na hora de questionar, também aponta o que deve ser feito. Como dirigente, ele mudou um pouco a sua postura. Hoje não dá mais tantas entrevistas, por uma questão estratégica. Sua voz passou a ecoar mais dentro do vestiário.

Lugano tem um cargo institucional - reuniões com patrocinadores e cuida de projetos sociais -, mesmo assim está presente quando possível no dia a dia do time e ajuda nas decisões. Ele, por exemplo, contribuiu na escolha do técnico Diego Aguirre, com quem já tinha trabalhado no Uruguai e mantinha excelente relação. Com um perfil questionador, o uruguaio sempre está provocando e isso faz muito bem a Raí, que é mais sereno. 

"É espetacular [a relação com o trio]. Trabalhar com eles é maravilhoso. Além de serem craques na profissão, serem futebolistas extraordinários, são pessoas sensacionais. E eu me sinto com apoio, muita confiança e nós podemos conversar de igual para igual. Vamos ter acertos e erros, mas com a convicção de que vamos fazer o melhor para o São Paulo", disse Aguirre.