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Cuca volta a mostrar lado supersticioso no comando do Santos

Cuca gostou da atitude da torcida de jogar sal grosso no ônibus do time - Marcello Zambrana/AGIF
Cuca gostou da atitude da torcida de jogar sal grosso no ônibus do time Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/08/2018 04h00

Famoso pela fé e pelo lado supersticioso que marca sua carreira como treinador, Cuca voltou a dar mostras de suas crenças, agora no comando do Santos. Neste sábado (18), antes do duelo com o Sport pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, a torcida jogou sal grosso no ônibus dos jogadores santistas para "tirar a zica" e empurrar o time para fora da zona de rebaixamento. Deu certo. Com time misto, o clube alvinegro venceu por 3 a 0, com gols de Sasha, Rodrygo e Victor Ferraz, e saltou momentaneamente para a 12ª posição. 

"Tudo ajuda, né?", comentou Cuca sobre a atitude dos torcedores. "Quando se faz para o bem, tudo ajuda. Cada um tem sua crença, mas o mais importante foi o empurrão que a torcida nos deu, antes do campo mesmo."

Mais de 10 mil santistas compareceram à Vila Belmiro para apoiar o time. Todos os 11.500 ingressos colocados à venda foram vendidos, mas o público final foi de 10.991 torcedores.

"Metade da nossa conquista devemos ao torcedor. Foram maravilhosos, entenderam e apoiaram. Antes do jogo, na rua... O que eles fizeram motivaram. E o time teve entrega total, uma sincronia... O adversário teve dificuldade. Quando estamos em sincronismo, como hoje, é um elemento a mais que temos. A torcida está de parabéns", avaliou o comandante.

A fama de supersticioso de Cuca é antiga. Na primeira passagem pelo comando do Palmeiras, em 2016, Cuca ficou conhecido por apostar no uso da calça vinho nos jogos importantes. Naquele ano, o time foi campeão brasileiro. A calça acabou ficando no clube e não marcou tanto a segunda (e menos bem-sucedida) passagem pelo treinador. Ele voltou ao clube em maio de 2017, mas saiu novamente em outubro, em comum acordo com o clube. 

Outras superstições rondam a carreira de Cuca, nem todas confirmadas pelo treinador. Pessoas próximas ao treinador dizem que ele proíbe que o ônibus da equipe ande na marcha ré no estádio, mania que teria começado no Botafogo, em que ficou de 2006 a 2008. Questionado pela imprensa, o técnico diz que a história não passa de uma brincadeira com os jogadores. Pelo clube carioca, ele mantinha sempre três garrafinhas de água perfeitamente alinhadas na beira do gramado e não demorava a arrumá-las caso alguma caísse no chão.

É pelo Botafogo uma das histórias mais curiosas das crenças de Cuca: ele pendurou coração de boi sangrando no vestiário da equipe em uma partida decisiva. A história já foi confirmada pelo comandante, que alega ter usado a estratégia para pedir “raça e sangue” de sues atletas.

As manias não param por aí. Pelo Flamengo, em 2009, o técnico tinha o hábito de usar uma camisa preta no primeiro tempo e trocar por uma vermelha no intervalo dos jogos, mas justificou que só fazia isso porque ficava suado. Em 2013, ele levou o Atlético-MG ao título da Libertadores usando sempre a mesma camisa estampada com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida em todos os jogos do campeonato. Ele teria repetido a "estratégia" durante sua passagem pelo chinês Shandong Luneng.

As imagens religiosas fazem parte do cotidiano do treinador. Durante a campanha do título brasileiro do Palmeiras, em 2016, a imprensa esportiva mostrou o hábito de Cuca de montar um "altar" no vestiário, onde rezava antes das partidas e no intervalo dos jogos. O técnico também já admitiu que anda com um terço no bolso durante jogos e treinos, mas diz que é "questão de fé, e não superstição".  

Ainda em 2009, quando treinava o Fluminense e o time corria risco de queda no Brasileiro, o técnico teria passado uma noite em claro para fazer um pedido a um cometa que passou pela Terra na ocasião. Se deu certo ou não é um mistério, mas o fato é que o time escapou da degola e se sagrou campeão nacional no ano seguinte, já sob o comando de Muricy Ramalho.

Agora pelo Santos, o técnico traz novamente à tona sua fama de supersticioso ao apoiar a ideia do sal grosso. O time misto, que nem sequer teve tempo de treinar antes do jogo devido a uma chuva que alagou o CT Rei Pelé na sexta-feira e impediu a realização de um trabalho tático, não teve problemas para vencer o Sport. O foco agora é na Libertadores, em que o time enfrentará o Independiente (ARG) na próxima terça-feira. Como disse o treinador, se essas pequenas atitudes de fé ajudam, por que não?