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"Queridinhos de Jair" caem no esquecimento com Cuca e podem deixar o Santos

Léo Cittadini foi um dos jogadores que "sumiram" com a troca de treinador no Santos - Ivan Storti/Santos FC
Léo Cittadini foi um dos jogadores que "sumiram" com a troca de treinador no Santos Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

09/11/2018 04h00

O Santos conseguiu uma reviravolta no Campeonato Brasileiro com a chegada do técnico Cuca sem, praticamente, mudar o seu elenco, só o atacante Felippe Cardoso foi contratado. A guinada que alavancou a equipe na competição, no entanto, conta com o esquecimento de jogadores que eram homens de confiança de Jair Ventura, ex-técnico do time e que hoje comanda o Corinthians. Com o novo comandante, os "queridinhos de Jair" até podem deixar o Santos.

A lista tem os meio-campistas Jean Mota e Léo Cittadini, os atacantes Arthur Gomes e Eduardo Sasha, além do lateral Daniel Guedes. Os dois últimos podem reaparecer na equipe titular no duelo contra a Chapecoense na próxima segunda-feira, no Pacaembu, válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, por conta das suspensões de Victor Ferraz e Gabigol.

Daniel Guedes

Guedes, por exemplo, só foi titular uma única vez desde a chegada de Cuca. Em 21 partidas comandadas pelo treinador, entrou mais quatro vezes. Com Jair, o lateral ganhou a titularidade absoluta ainda no Campeonato Paulista, na derrota por 2 a 1 para o Palmeiras, em São Paulo, pela primeira fase da competição. Na ocasião, superou até mesmo a concorrência com Victor Ferraz, titular absoluto no clube desde 2014. Jair era confesso admirador do futebol do jogador. Falou publicamente que chegou a pedir a sua contratação nos tempos de Botafogo.

Ferraz acabou saindo da equipe por lesão, mas Guedes aproveitou a brecha para virar uma das principais armas do esquema tático montado por Ventura, marcado, principalmente, pelos cruzamentos. Foram quatro assistências para gol. Segundo o Footstats, o Santos foi a equipe que mais utilizou o fundamento no Paulista.

Jean Mota

Jean Mota foi outro nome muito utilizado por Jair. Assim como Daniel Guedes, pela facilidade com os cruzamentos, acabou sendo aproveitado pelo treinador como lateral esquerdo antes da chegada de Dodô. Posteriormente, passou a usá-lo em sua posição de origem, no meio de campo.

Mota também caiu em esquecimento. Não joga desde o empate sem gols diante do Grêmio, em 6 de setembro, no estádio do Pacaembu. Esse, por sinal, foi um dos dois jogos em que foi titular na era Cuca.

Léo Cittadini

Léo Cittadini foi outro que virou uma espécie de xodó de Jair. Antes da chegada do treinador, acumulava empréstimos e poucos jogos na Vila Belmiro. Com ele, ganhou a maior sequência da carreira. Foram 23 jogos, pouco mais da metade como titular.

A sequência com Cuca foi interrompida e resumida a uma única aparição quando entrou no segundo tempo da derrota por 3 a 1 diante do Atlético-MG, em Belo Horizonte, ainda no início do trabalho do novo treinador.

Cittadini viu a sequência comprometida por lesões, mas, principalmente, pelo entrave para a renovação de contrato com o clube. O jogador foi sondado pelo futebol mexicano e europeu.

Eduardo Sasha

Sasha virou jogador de confiança, alvo de uma série de elogios públicos da diretoria do clube, que o envolveu em troca definitiva com o lateral esquerdo Zeca, então em litígio com o clube. A aquisição ainda contou com mais 2,5 milhões por parte do Santos.

O jogador, no entanto, que chegou a ser o principal artilheiro do Santos com Jair caiu de rendimento e amargou um jejum de 19 jogos sem marcar gols.

Foram quase cinco meses sem balançar as redes. Sasha marcou gol na segunda semifinal do Campeonato Paulista, contra o Palmeiras, em 27 de março. Depois, ele só voltou a fazer um gol na vitória por 3 a 0 sobre o Sport em 18 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro. O período ainda contabilizou algumas lesões.

Nos últimos dez jogos em que foi relacionado, o jogador só atuou duas vezes, uma como titular e outra entrando já nos minutos finais.

Arthur Gomes

Com Jair, Arthur Gomes também ganhou a maior sequência da carreira motivado por uma estréia avassaladora na temporada quando substituiu Bruno Henrique diante do Linense e marcou dois gols na vitória por 3 a 0, em 17 de janeiro.

Desde então, passou a ser o jogador mais utilizado pelo antigo treinador. Mesmo quando não era titular, ganhava oportunidades no segundo tempo a frente, até mesmo, de Rodrygo.

Arthur foi titular duas vezes desde a chegada de Cuca, mas só foi aproveitado em mais uma partida, quando entrou nos minutos finais do empate por 0 a 0 no clássico com o São Paulo, em 16 de setembro.

Apesar de já tê-lo elogiado publicamente, Cuca passou a utilizar como substituto preferido o paraguaio Derlis Gonzáles, além de bancar por longo período o atacante Bruno Henrique, mesmo contestado como titular. Ele fez 32 jogos em 2018 e marcou quatro gols.